Em 1988 comprei o meu primeiro livro de Bob Woodward (acima). Foi também o único. Os livros de Bob Woodward não são propriamente livros. Com o estatuto que alcançou por ser um dos dois jornalistas do Caso Watergate é um bocadinho impossível encaixá-lo como jornalista num órgão de informação tradicional, num jornal como o Washington Post, para onde trabalhava quando se tornou famoso, ou então numa cadeia de televisão, onde se desperdiçará, por causa da sua baixa capacidade de comunicação através dela - televisão. Temos assim que, Woodward, por causa da sua popularidade, é o único jornalista que me apercebo que desenvolve a sua actividade através da publicação de livros - que são assim uma espécie de artigos muitos extensos (o livro acima tem 462 páginas!). E como são livros, precisam de ser promovidos, e é isso que ele, Woodward, faz, de forma aliás bem eficaz, realçando-lhe de forma sucinta os aspectos mais polémicos, socorrendo-se dos órgãos de informação tradicional. Mas como também são apenas artigos extensos, sem qualquer profundidade de análise, em poucos meses os livros de Bob Woodward perdem o interesse, como deu logo para perceber depois de ler est'As Guerras Secretas da CIA 1981-1987. É que não é apenas uma questão de se saber hoje quem foi William Casey, o director da CIA entre 1981 e 1987; é uma questão deste livro de Woodward não ajudar hoje a perceber quem ele foi, para além das superficialidades (ia dizer: de wikipedia...). Mas hoje é um dia grande no calendário deste género de publicações (abaixo): é o dia da saída do segundo livro de Bob Woodward sobre Donald Trump, mesmo que (ou sobretudo por) ele possa ser lido independentemente da leitura do primeiro, precisamente sobre o mesmo tema (Donald Trump), publicado há uns dois anos. E de que ninguém já se lembra. Embora o possa parecer, um livro e um artigo com muitas centenas de páginas não são a mesma coisa. Os jornalistas e muita outra gente tendem a não perceber a diferença.
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