Há uma famosa cena em O Padrinho em que o filho mais velho (e substituto interino) de Don Vito Corleone recebe um estranho embrulho em casa: um par de peixes embrulhado num colete pára-balas. E quando pergunta aos circunstantes qual o propósito daquilo, há um dos lugares-tenentes do pai que o esclarece lugubremente: - É uma mensagem siciliana. Quer dizer que Luca Brasi (o dono do colete) foi «dormir» com os peixes. Ele há mensagens que são propositadamente crípticas para melhor intimidar o destinatário e pergunto-me se não estamos a assistir a algo do género quando recentemente se tornou notícia a colocação por cunha do filho de Durão Barroso no Banco de Portugal. Apercebemo-nos do quanto Barroso poderá ter vários podres a explorar e haverá quem os conheça e se disponha a torná-los públicos para o derrubar caso ele persista nas suas ambições presidenciais. Terá ficado o aviso, porque não estou a imaginar a decisão da contratação de Luís Durão Barroso a ser revertida, ninguém a defendê-la publicamente, especialmente nos modos de favor em que a contratação terá sido realizada, nem ninguém do banco a ser futuramente sancionado como responsável por ela. É especulação minha mas este meu enredo é apropriado a uma história de mafias: não há bons, apenas maus e péssimos.
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