Estes outdoors promocionais que ainda se vêem de quando em vez esquecidos em algumas paredes adjuntas às estradas mais antigas do Algarve são um legado de uma outra era. Em primeiro lugar pela perenidade dos anúncios, absurda pelos padrões actuais, feitos de uma montagem de azulejos que os fez sobreviver às intempéries do quase meio século que transcorreu desde a sua aplicação às paredes. Em segundo lugar porque a marca promovida, a Schweppes, já não representa a sofisticação cosmopolita prometida pela campanha teaser que a havia lançado nos meados dos anos 60. E em terceiro lugar porque a imagem do Algarve já não é a mesma: não é apenas o mar que já passou a ser muito mais do que apenas a banda azul escura intermédia na paisagem, é preciso discernimento para perceber que a banda inferior era a representação estilizada do muro de uma açoteia e alguns conhecimentos suplementares para conhecer as razões da importância da chaminé típica algarvia, que podem levar-nos até ao concurso das Aldeias mais portuguesas de Portugal de 1938, onde Alte (Loulé) ficou classificado em 2º lugar (depois de Monsanto da Beira). Uma promoção a um refrigerante feita com tanta elaboração: disto, já não há mais.
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