
Ainda no seguimento do
poste anterior, dos programas lunares e dos gigantescos foguetões lançadores que são necessários para os implementar, achei que valia a pena evocar o programa que os soviéticos desenvolveram durante a década de 60 para baterem os norte-americanos na
Corrida à Lua. A começar pela fotografia acima, de dois modelos à escala dos foguetões
Saturno V norte-americano e
N1 soviético.

Sendo, como se vê, muito semelhantes em dimensões, e também em capacidades e propósitos, há contudo algo de fundamental a diferenciá-los: os resultados dos testes com o lançador soviético nunca o fizeram alcançar o grau de fiabilidade aceitável que o tornassem operacional, ao contrário do que aconteceu com o
Saturno V. Os soviéticos perderam a
Corrida à Lua por causa da primeira etapa: a partida da Terra...

Nos outros aspectos, desde a questão da viagem tripulada até à Lua até à aterragem na sua superfície, as pesquisas soviéticas progrediram a um bom ritmo, muito embora só depois de 1989 é que se viessem a conhecer os detalhes desses trabalhos, nomeadamente o aspecto dos protótipos construídos. Para que isso acontecesse reuniu-se o tradicional secretismo soviético com o secretismo embaraçado do derrotado.

As habilidades fotográficas podem fazer-nos apreciar hoje as naves soviéticas ao lado das norte-americanas como se elas de facto também tivessem estado no espaço. Mais acima pode ver-se a
Soyuz 7K-LOK, o equivalente da Apollo CSM e, embaixo, a
LK ao lado do LEM norte-americano. De notar que, enquanto os voos da NASA se destinavam a três tripulantes (2 na Lua) o soviético destinar-se-ia apenas a dois (1 na Lua).

Também se torna engraçado apreciar como é que os autores de BD naquela época imaginavam que seria o
hardware soviético destinado à exploração lunar. Podemos ver duas cenas da aventura de
Dan Cooper Apollo Chama Soyuz de 1969, em que, se as naves norte-americanas eram as conhecidas, as soviéticas resultavam da imaginação e dedução (relativamente apuradas, vê-se agora) do desenhador da série, Albert Weinberg.

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