Bassas da Índia é um recife localizado no Canal de Moçambique, sensivelmente a meia distância entre este último país e a ilha de Madagáscar (veja-se a localização no mapa abaixo), embora pertença actualmente à França. Pelo nome contudo, percebe-se que se trata de uma corrupção do português, e que foram eles os primeiros europeus a localizarem aquele acidente geográfico, que foi aliás local de alguns naufrágios entre os seus galeões que faziam a ligação entre Portugal e a Índia.
O que torna Bassas da Índia uma acidente marítimo curioso é o facto de, para além de um recife, ser também um atol, ou seja uma formação geológica assente nas formações de coral que se constituíram à volta de um antigo cume vulcânico entretanto afundado. Com uma particularidade: parte dessa formação fica descoberta durante a baixa-mar mas fica totalmente submersa na preia-mar. Não há água doce, portanto não há flora nem fauna e assim a pseudo-ilha não é habitável.
Todavia, em épocas de glaciações anteriores, há 20.000 anos atrás, quando o nível dos Oceanos esteve algumas dezenas de metros mais abaixo do que hoje, Bassas da Índia já deve ter tido flora e fauna e quiçá, pode ter existido mesmo um pequeno lago de água doce – que actualmente é uma lagoa de água salgada com um máximo de 15 metros de profundidade – alimentado pelas chuvas no seu interior. Mas, de então para cá, com a subida do nível dos Oceanos, também o ecossistema de flora e fauna que se formara em Bassas da Índia se extinguiu.
A verdade, que tendemos a esquecer, é que, em qualquer época climática e geológica em que nos situemos, qualquer que seja o nível dos Oceanos, haverá sempre uma fronteira que separará os atóis que são habitáveis de outros que não o são. E é a componente de inevitabilidade dessa dinâmica climática e geológica – porque a natureza, além de os criar e equilibrar, também extermina ecossistemas… – que alguns dos fundamentalistas modernos do aquecimento global parecem frequentemente esquecer-se…
A verdade, que tendemos a esquecer, é que, em qualquer época climática e geológica em que nos situemos, qualquer que seja o nível dos Oceanos, haverá sempre uma fronteira que separará os atóis que são habitáveis de outros que não o são. E é a componente de inevitabilidade dessa dinâmica climática e geológica – porque a natureza, além de os criar e equilibrar, também extermina ecossistemas… – que alguns dos fundamentalistas modernos do aquecimento global parecem frequentemente esquecer-se…
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