Pelos vistos, desta vez o próximo apocalipse está previsto para 2012. Mais precisamente para 21 de Dezembro de 2012 e até lá, e especialmente durante o próprio dia, sou eu que prevejo que muito se irá escrever e falar sobre a dita Previsão que parece estar inscrita nos calendários dos Maias. Depois, como também é costume, ninguém mais se lembrará dela... Mas entretanto, há quem não esteja à espera, e aproveite para facturar durante estes hipotéticos três últimos anos que a vida ainda tem para nos oferecer, lançando um filme-catástrofe que se intitula precisamente 2012. Promete ser mais um prodígio de efeitos especiais! Quanto ao rigor científico dado ao assunto, não sei se para quem me lê chegará, mas para mim chega perfeitamente a constatação que a estela que serve de decoração ao cartaz de apresentação do filme (acima) e que seria suposto representar um calendário maia… afinal é asteca. E gabo a paciência de uma revista científica como a Science & Vie por ter dedicado seis páginas a desmontar mais este mito. Como este, foram-no também as famosas Profecias de Nostradamus, que estão hoje muito desleixadas, mas que serviram para que variadíssimos especialistas previssem sucessivos apocalipses para o final do Século XX, numa actividade editorial intensa (abaixo).
A verdade é que o espectáculo do anúncio da catástrofe sempre se vendeu bem, até mesmo (ou sobretudo...) na informação séria. O problema neste último caso é que os seus agentes, como acontecerá com o resto dos mortais, raramente têm a presciência de se aperceberem quando vão a caminhar para uma catástrofe a sério: se não fosse essa ignorância, não existiriam aquelas imagens dos aplausos entusiásticos a Neville Chamberlain que dizia trazer ali naquele papel a paz para o seu tempo, quando afinal se estava a menos de um ano do início da Segunda Guerra Mundial… Azar o deles, por não terem apostado no amigo da onça, naquela ocasião histórica protagonizado por Winston Churchill.
Em contrapartida, actualmente em Portugal, parece não haver hipóteses de haver desses azares, pois estamos bem servidos de amigos da onça, com as inumeráveis páginas de opinião redigidas por António Barreto e as consecutivas entrevistas dadas à televisão por Medina Carreira (acima) anunciando e reanunciando o apocalipse a que Portugal estará fatalmente destinado. Parecem ter-se tornado tanto num sucesso de audiências como num fiasco de influências. Não só os seus discursos catastrofistas se banalizaram como a atitude dos seus autores os desautoriza, ao manterem-se, perante tais apocalipses, deliberadamente à margem de um processo político que tanto criticam...
Admitindo que em 21 de Dezembro de 2012 seja o dia em que acabam os portugueses e acaba Portugal, será que António Barreto e Medina Carreira deixam de se preocupar já connosco, ou continuam, mesmo assim, a prever os seus apocalipses até lá?...
Admitindo que em 21 de Dezembro de 2012 seja o dia em que acabam os portugueses e acaba Portugal, será que António Barreto e Medina Carreira deixam de se preocupar já connosco, ou continuam, mesmo assim, a prever os seus apocalipses até lá?...
"Bandarras" nunca faltaram por cá!
ResponderEliminarAos dois "sucessores" só posso reconhecer um mérito:
falam verdade, o que, na minha opinião, os afasta da política...
"Malgré tout", são cada vez mais os catastrofistas e os argumentos deles. Ainda hoje o Negócios da Semana dava essa imagem com outros analistas. Mas,no caso dos que refere, há que tomar o texto por metáfora, tal como na Bíblia segundo dizem os exegetas. Eles não querem dizer que Portugal vá acabar mas apenas que vá acabar como país independente, o que já nem será uma pre-visão!...
ResponderEliminarEste texto (com as respectivas imagens) está simplesmente genial).
ResponderEliminarHá aqui comentários demasiado oraculares para que eu compreenda o seu sentido mas, se bem entendi o sentido geral - há a sua excepção, João Moutinho, o poste até pode estar bom mas tornou a exceder-se... - quem aqui comenta parece equiparar as catástrofes à verdade.
ResponderEliminarSe me expliquei mal, o que eu propus às duas distintas figuras é que ajam politicamente no sentido de nos salvar das catástrofes que anunciam e não se escondam atrás de pretextos, como a idade.
Só para referência, o "amigo da onça" a que me referi no poste, Churchill, tinha 66 anos quando se tornou 1º Ministro pela primeira vez e 77, quando regressou.
Barreto tem 67 anos e Medina Carreira 78, a diferença de idades não é grande e a causa, segundo a descrição deles, justifica o esforço porque é monumental: salvar o país da catástrofe!
Então e hoje?
ResponderEliminarHoje, se estiver mesmo interessado na minha resposta "dfrodig", estou disposto a partir consigo perguntar a qualquer dos visados onde estão a solução política e os planos de contigência que certamente os dois (Barreto e Medina Carreira) terão elaborado há muito para estas circunstâncias por eles previstas...
ResponderEliminarSeria interessante que o "dfrodig" percebesse a diferença entre "prever" que hoje, por volta das 7 da tarde, o Sol se vai pôr e "profetizar" que convém arranjar fontes de luz alternativas... e a solução concreta de ter electricidade em casa e usá-la!