Uma das melhores apresentações pessoais de sempre, que poderá explicar muitos dos equívocos em que o nosso Mundo vive, aparece na primeira página do álbum Lucky Luke contra Joss Jamon, em que, na apresentação do bando do segundo, aparece uma personagem de seu nome, Sam, o lavrador, que, por um engano da natureza, foi beneficiado com uma cara de homem honesto.
Foi mesmo há pouco que me voltei a lembrar desses enganos da natureza quando, numa ronda pelos blogues e lendo o que lá vai pelo Abrupto, mais uma vez constatei que só mesmo por engano da natureza é que quem apresenta assim argumentos tão demagógicos e facciosos como os que lá se podem ler é que pode ter aquele aspecto de intelectual reflectido e ponderado…
Foi mesmo há pouco que me voltei a lembrar desses enganos da natureza quando, numa ronda pelos blogues e lendo o que lá vai pelo Abrupto, mais uma vez constatei que só mesmo por engano da natureza é que quem apresenta assim argumentos tão demagógicos e facciosos como os que lá se podem ler é que pode ter aquele aspecto de intelectual reflectido e ponderado…
Este género de pose, fingida de espontaneidade, é muito usada em fotografia mas não menos em televisão onde resulta muito pior ainda. É uma caricatura grosseira da pose em pintura. Julgo que haverá cursos de pós-graduação sobre o assunto, mas como muitas vezes acontece, está-se mesmo a ver que o rei vai nu.
ResponderEliminarÉ ver como figuras de grande prestígio mundial, se prestam às exigências de realizadores frustrados que os fazem entrar no gabinete e sentar-se "a trabalhar" com a maior "naturalidade", fingindo que não há câmaras e tripés e projectores de luz e gente estranha espalhados pela sala... A culpa não é dos actores, no caso, mas sobretudo dos jornalistas - como tantas vezes acontece. Eles que, por sua vez, estão sempre dispostos a desconstruir as formalidades do seu próprio trabalho.
Desculpe voltar mas faltou-me concluir que no caso de Pacheco Pereira se junta num só, sem ser nenhum, o actor e o jornalista.
ResponderEliminarO que se passa com o Pacheco Pereira é que muita da nossa sociedade pertencente à "direita liberal" se revê nele. Considerando-o uma personagem mais ou menos etérea que não pode falhar, uma espécie de voz da consciência.
ResponderEliminarNão há melhor que um profissional do sector como o António Marques Pinto para, para além da ironia explícita de se parecer como não se é por um engano da natureza, dar o realce que eu pretendia à ironia implícita deste poste: a fotografia descaradamente posada de José Pacheco Pereira.
ResponderEliminarPara quem transformou a denúncia da adulteração da realidade que é feita pelos jornalistas numa das suas "causas célebres" é enternecedor vê-lo ali obediente como um cordeirinho, a participar num faz de conta idêntico ao das noivas de antigamente onde não faltava, na reportagem de casamento e antes de sair de casa, a tradicional fotografia a fingir que estavam a falar ao telefone com o noivo...
Mas refira-se que, como muito bem assinala o António Marques Pinto, na esmagadora maioria das vezes as poses como a de José Pacheco Pereira e a das noivas ao telefone nem são culpa dos próprios. O que aqui é irónico é que o lúcido, clarividente, experimentado e distanciado José Pacheco Pereira, depois de lhe aconchegarem o ego, cai na mesma armadilha que caíam as embevecidas noivas no "dia mais feliz da sua vida"...
É provável que seja como diz João Moutinho, mas será expectável que, à custa de tantos exemplos, a nossa sociedade pertencente à "direita liberal" se aperceba que a “espécie de voz da consciência” por vezes vem de uma consciência delirante.
ResponderEliminarO que José Pacheco Pereira tem escrito sobre estes últimos acontecimentos vai ao arrepio do que doutrinalmente ele denunciara sobre as relações entre o poder e a imprensa e a atitude só se compreende por causa da identidade dos protagonistas, Cavaco Silva e Fernando Lima no caso.
Ora, para emitir opiniões sortidas sobre um mesmo assunto, pró, contra e ainda uma terceira, em crónica, desvalorizando a sua importância, existe o Vasco Correia Guedes (vulgo Vasco Pulido Valente), que até escreve melhor que José Pacheco Pereira.