Aquilo que se conta da História da China nos 38 anos que medeiam entre Outubro de 1911, a data do derrube da monarquia imperial, e Outubro de 1949, a data da proclamação da República Popular da China (acima), é uma simplificação demasiado excessiva da profusão de acontecimentos que a China então atravessou. E nessa simplificação, tanto o papel do Partido Comunista Chinês como o de Mao Zedong tende a ser sobreavaliado por causa da sua condição de vencedores posteriores da Guerra Civil (1945-1949).
Na realidade, os comunistas chineses, onde houve muito mais protagonistas para além de Mao, foram apenas um dos inúmeros centros de autoridade em que a China se viu retalhada durante as décadas de 1910 e 1920 (acima) e mesmo depois disso. Por debaixo da suserania formal de Chiang Kai-Shek (1887-1975, abaixo à direita), que se promovera à categoria pomposíssima, mas vaziíssima, de Generalíssimo, cada uma das manchas do mapa acima representavam um poder político autónomo, protagonizado por um general.
E se a forma como esses generais eram designados colectivamente era antipática (os Senhores da Guerra), os seus cognomes individuais, pelo contrário, eram muito elogiosos e até com um certo cunho poético, como os casos de Zhang Zuolin, o Tigre de Mukden, Zhang Xueliang, o Jovem Marechal, Wu Peifu, o General Filósofo, Yan Xishan, o Governador Modelo (abaixo, à direita de Chiang Kai-Shek) e a vedeta deste poste, Feng Yuxiang (1882-1948), o General Cristão (acima e abaixo, à esquerda de Chiang).
Para uma opinião pública ocidental que não estava muito interessada nos meandros complexos da política chinesa, e provavelmente nem sequer os compreenderia bem, o qualificativo de cristão (no caso, Protestante e Metodista) era um atributo propenso a despertar simpatias imediatas. Para mais quando Feng Yuxiang gostava de cultivar uma imagem de sobriedade associada a um estilo de vida austero e a uniformes modestos, o que fazia um enorme contraste com aquilo que era a prática corrente entre os seus colegas.
Contudo, em contraste com os milhões de baptizados que a direita religiosa esperaria dele e que nunca se concretizaram, o programa político que Feng Yuxiang aplicava nas regiões sob seu controlo era um paternalismo que não se mostrava imune às influências socialistas que então lhe chegavam da União Soviética… Como noutros casos, o papel político autónomo de Feng Yuxiang veio a desaparecer depois da invasão japonesa (abaixo), entalado entre as ambições territoriais destes e a necessidade de uma frente unida para os deter sob Chiang Kai-Shek.
E se a forma como esses generais eram designados colectivamente era antipática (os Senhores da Guerra), os seus cognomes individuais, pelo contrário, eram muito elogiosos e até com um certo cunho poético, como os casos de Zhang Zuolin, o Tigre de Mukden, Zhang Xueliang, o Jovem Marechal, Wu Peifu, o General Filósofo, Yan Xishan, o Governador Modelo (abaixo, à direita de Chiang Kai-Shek) e a vedeta deste poste, Feng Yuxiang (1882-1948), o General Cristão (acima e abaixo, à esquerda de Chiang).
Para uma opinião pública ocidental que não estava muito interessada nos meandros complexos da política chinesa, e provavelmente nem sequer os compreenderia bem, o qualificativo de cristão (no caso, Protestante e Metodista) era um atributo propenso a despertar simpatias imediatas. Para mais quando Feng Yuxiang gostava de cultivar uma imagem de sobriedade associada a um estilo de vida austero e a uniformes modestos, o que fazia um enorme contraste com aquilo que era a prática corrente entre os seus colegas.
Contudo, em contraste com os milhões de baptizados que a direita religiosa esperaria dele e que nunca se concretizaram, o programa político que Feng Yuxiang aplicava nas regiões sob seu controlo era um paternalismo que não se mostrava imune às influências socialistas que então lhe chegavam da União Soviética… Como noutros casos, o papel político autónomo de Feng Yuxiang veio a desaparecer depois da invasão japonesa (abaixo), entalado entre as ambições territoriais destes e a necessidade de uma frente unida para os deter sob Chiang Kai-Shek.
Sem comentários:
Enviar um comentário