A fotografia acima, uma composição obtida por um satélite, não é do planeta Terra. É de Marte, e trata-se de uma daquelas fotografias a que as agências de exploração espacial costumam dar uma grande publicidade, para tornarem a opinião pública sua aliada naquela eterna disputa com o poder político pelos recursos para o financiamento das suas pesquisas. A palavra mágica dessa promoção costuma ser água, que funciona como um sinónimo de vida extraterrestre, qual Elixir da Longa Vida moderno, que nestas coisas da propaganda, mesmo sendo o assunto científico, o rigor é um aspecto de somenos importância.
Por consequência, é muito provável que a fotografia do primeiro delta, marciano e sequíssimo, seja muito mais conhecida do que a fotografia (outra composição obtida por satélite) do delta acima, terreno e molhado, do Rio Cubango (também conhecido pelo nome de Okavango) que, com as nascentes em Angola (abaixo o mapa da bacia do Rio), vem desaguar uns 1.500 km ao Sul no meio de nenhures, em pleno Deserto do Kalahari no Botswana. O delta caracteriza-se por ser uma zona pantanosa com uma flora e fauna exuberante e é, consequentemente, uma importante atracção turística desse país.
Mas nem guias, nem sequer cientistas, conseguem explicar cabalmente os mecanismos que fazem com que toda a água trazida de Norte pelo Cubango desapareça subitamente numa área de cerca de 15.000 km². É mais fácil explicar como era a configuração hidrográfica da região há uns 20.000 anos atrás, quando um lago de 80.000 km², baptizado de Makgadikgadi, era o destino final das águas do Cubango. Desse lago, hoje identificam-se as áreas mais profundas onde se formaram os depósitos salinos depois de ele ter secado (são as regiões esbranquiçadas à direita na fotografia abaixo).
Terão sido as mutações climáticas a alterar essa configuração e a transformar gradualmente o antigo lago no Deserto actual. E a explicação mais aceite para o completo desaparecimento do Rio antes de atingir o Deserto é que é a evaporação que faz com que desapareça 97% do débito de água do Rio Cubango que, ainda assim, atinge um mínimo de 350 m³ de água por segundo no tempo seco e chega a triplicar esse volume na época das chuvas. Para aqueles que se deixam induzir a entusiasmarem-se com formações geológicas bizarras noutros planetas, também vale a pena conhecer estas, que existem cá na Terra…
Por consequência, é muito provável que a fotografia do primeiro delta, marciano e sequíssimo, seja muito mais conhecida do que a fotografia (outra composição obtida por satélite) do delta acima, terreno e molhado, do Rio Cubango (também conhecido pelo nome de Okavango) que, com as nascentes em Angola (abaixo o mapa da bacia do Rio), vem desaguar uns 1.500 km ao Sul no meio de nenhures, em pleno Deserto do Kalahari no Botswana. O delta caracteriza-se por ser uma zona pantanosa com uma flora e fauna exuberante e é, consequentemente, uma importante atracção turística desse país.
Mas nem guias, nem sequer cientistas, conseguem explicar cabalmente os mecanismos que fazem com que toda a água trazida de Norte pelo Cubango desapareça subitamente numa área de cerca de 15.000 km². É mais fácil explicar como era a configuração hidrográfica da região há uns 20.000 anos atrás, quando um lago de 80.000 km², baptizado de Makgadikgadi, era o destino final das águas do Cubango. Desse lago, hoje identificam-se as áreas mais profundas onde se formaram os depósitos salinos depois de ele ter secado (são as regiões esbranquiçadas à direita na fotografia abaixo).
Terão sido as mutações climáticas a alterar essa configuração e a transformar gradualmente o antigo lago no Deserto actual. E a explicação mais aceite para o completo desaparecimento do Rio antes de atingir o Deserto é que é a evaporação que faz com que desapareça 97% do débito de água do Rio Cubango que, ainda assim, atinge um mínimo de 350 m³ de água por segundo no tempo seco e chega a triplicar esse volume na época das chuvas. Para aqueles que se deixam induzir a entusiasmarem-se com formações geológicas bizarras noutros planetas, também vale a pena conhecer estas, que existem cá na Terra…
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