A Guerra-Fria não teve piada nenhuma, mas tinha momentos engraçados onde se estabelecia uma espécie de coreografia entre rivais. Entre esses momentos cúmplices contavam-se as tradicionais paradas militares de Moscovo na Praça Vermelha (acima), ocasião que o Exército Vermelho aproveitava para expor o seu mais recente material de guerra. Ciente disso, a espionagem ocidental aproveitava a ocasião para o fotografar. Cientes disso, os soviéticos aproveitavam a ocasião para fazer desfilar todo o seu material mais impressionante (abaixo), mesmo que ainda não tivesse saído do estado de protótipo.

O que importa reter desta evocação é que, não se avaliando exclusivamente desse modo, a qualidade dos equipamentos de umas forças armadas são um bom indicador de qual poderá ser o seu desempenho. É por isso que havia aquela espionagem. Claro que o equipamento custa dinheiro, assim como custa dinheiro um segundo aspecto importante que também costuma ser avaliado nessas circunstâncias: o da moral dos membros das forças armadas. E o terceiro parâmetro importante que costuma ser considerado nessas avaliações, substancialmente mais intangível (e mais barato…) que os anteriores, é o da organização das forças armadas.

Recentemente, consultei um jornal da data do início deste blogue (4 de Novembro de 2005), onde uma notícia tinha o seguinte título:
Chefes militares aprovam reforma das Forças Armadas. O Ministro da Defesa à época era Luís Amado (acima). Hoje, numa longa entrevista a outro jornal, pouco mais de três anos passados, o Ministro da Defesa actual (Nuno Severiano Teixeira) congratula-se pela recente aprovação pelo Parlamento das
duas grandes reformas da Defesa e das Forças Armadas. Parece que, medido em termos de reformas – e, portanto de organização – Portugal deve possuir uma das Forças Armadas mais
dinâmicas do Mundo…
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