A História também se faz, por vezes, de imagens fortes, que é que parece ser o caso da fotografia acima, bastante conhecida, onde aparece um europeu vestido de trajes tradicionais árabes. Trata-se de T.E. Lawrence (1888-1935), um arqueólogo que, durante a Primeira Guerra Mundial, se tornou conhecido por causa do seu papel de agitador durante a insurreição que os britânicos fomentaram junto dos árabes contra o Império Otomano. A figura de Lawrence veio depois a popularizar-se ainda mais com o aparecimento de um filme em 1962, baseado não muito rigorosamente nesse período da sua vida e intitulado precisamente Lawrence da Arábia (abaixo), onde o seu papel é interpretado pelo actor Peter O´Toole.
Nesse mesmo filme, o segundo papel mais importante foi atribuído ao actor Alec Guiness, que representou o papel do Príncipe Faiçal (1883-1933), o principal dirigente da coligação de tribos árabes que, construída sob a inspiração de Lawrence, se bateu e contribuiu para derrubar o domínio otomano. Depois da Guerra e da divisão do Império Otomano, o Príncipe veio a tornar-se a partir de 1921 o Rei Faiçal I do Iraque, depois de ter sido escolhido por um plebiscito onde venceu com 96% de votos favoráveis… A fotografia de baixo é a fotografia oficial do Rei Faiçal dessa época. Ao invés da outra, muito mais popular, em vez de vermos um europeu vestido de trajes tradicionais árabes, temos um árabe vestido à ocidental…
A fotografia oficial do verdadeiro Faiçal pode ser menos exótica do que a de Lawrence, mas será porventura mais significativa da importância dos padrões e dos valores que estavam então em vigor naquela época. Um soberano devia fazer-se retratar vestido apropriadamente, e isso implicava um fato talhado impecavelmente por um alfaiate de nomeada. Além das fortes, a História também se deve fazer das imagens verdadeiras…
ainda há dias li qualquer coisa sobre Faiçal e um acordo que teria feito, em 1920, com o líder da Agência Judaica, comprometendo-se a reconhecer um estado judeu na Palestina caso se tornasse soberano de um reino Hachemita (uma espécie de Grande Mesopotâmia, que incluiria o Iraque, a Jordânia, o Líbano, a Síria e a Palestina, salvo o tal estado judeu). Acabou por consegui-lo, mas só no Iraque - outro ramo da família reina na Jordânia - mas serias interessante pensar que caso existisse tal estado, se não haveria todos os problemas israelo-árabes pós-1948.
ResponderEliminarHá uma fotografia dessas que eu no poste classifico de "fortes, João Pedro, onde aparece Faiçal acompanhado de Chaim Weizmann de cabeça coberta (em sinal de amizade), depois de umas conversações que levaram à assinatura de um Acordo.
ResponderEliminarhttp://roadtostatehood.org/Images/unit10.weizmann.feisal.jpg
Confesso que não sou um grande entusiasta de especulações históricas, coisas que poderiam ter acontecido se..., mas coisa que não faltaram no Medio Oriente foram Acordos... a esmagadora dos quais não foram cumpridos.
Embora um filme não se atenha à verdade por causa os limites impostos na narração ou por falta do tempo. O filme chama suficiente a atenção para querer saber mais sobre o oriente desse período.
ResponderEliminarEscrevo menos mas ,ainda continuo visitar diariamente "Herdeiro de Aécio"
Caríssimos, essa história do encontro entre o chefão do movimento sionista Weizman e o emir Faiçal foi somente um encontro. Weizman foi para espionar e saber como era a força do líder árabe e quando voltou para a Europa disse que o caminho estava aberto, pois Faiçal era um homem fraco, e que os sionistas fariam de tudo para ajudar os ingleses e franceses a sabotar o SONHO ÁRABE PELA INDEPENDÊNCIA E AUTODETERMINAÇÃO.
ResponderEliminarA carta que Faiçal escreveu e que os sionistas divulgam até hoje sobre a criação do Estado de Israel É TOTALMENTE FALSA.
Essa carta foi FORJADA... MENTIRA...
Boa pergunta. Se faiçal reinasse sobre todos os paises que atacaram Israel. Ele cumpriria o acordo de reconhecer um estado judeu?
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