Um dos aspectos menos conhecidos da luta política europeia durante os anos da recessão que se seguiram à crise de 1929 era a sinuosidade do percurso político de muitos daqueles que se vieram a tornar dirigentes das organizações fascistas e nazis de extrema-direita, que, frequentes vezes, tinham vindo directamente da extrema esquerda. O caso mais conhecido e mais precoce terá sido o de Benito Mussolini, que era um antigo membro do Partido Socialista Italiano, redactor do jornal Avanti! até depois vir a fundar em 1919 o Partido Fascista.
Mas o exemplo do francês Jacques Doriot é ainda mais interessante: um comunista que ascendeu na hierarquia do Partido, tornou-se deputado, até vir a ser expulso em 1934 para vir a fundar o Partido Popular Francês. Pormenor com piada: por causa da origem dos seus dirigentes o organismo político central do PPF mantinha a designação bolchevique de politburo! – e isto apesar da organização ser ferozmente anti-comunista… Na realidade, estes partidos disputavam ombro a ombro as simpatias das mesmas classes sociais do que os comunistas.
É um pormenor convenientemente esquecido à esquerda – sobretudo pelos comunistas! – quando se escreve sobre essa época, como era a proximidade e a semelhança das propostas totalitaristas vindas dos extremos do espectro político naquela altura. Comprovando-o, atente-se na semelhança (até estética) dos dois cartazes acima que foram utilizados durante a campanha para as eleições francesas de 1936. Estamos bem longe de qualquer mensagem ideológica, aquilo parece ser só uma questão de escolher quem queremos que seja o mau e o bom…
É um pormenor convenientemente esquecido à esquerda – sobretudo pelos comunistas! – quando se escreve sobre essa época, como era a proximidade e a semelhança das propostas totalitaristas vindas dos extremos do espectro político naquela altura. Comprovando-o, atente-se na semelhança (até estética) dos dois cartazes acima que foram utilizados durante a campanha para as eleições francesas de 1936. Estamos bem longe de qualquer mensagem ideológica, aquilo parece ser só uma questão de escolher quem queremos que seja o mau e o bom…
O Funambulismo é de hoje, de ontem e de sempre. Mas, cá para mim, os piores funambulos são os que mudam "sem mudar"...
ResponderEliminarBelos cartazes!
ResponderEliminarAs semelhanças excedem as diferenças e tudo não passa de folclore. Veja-se que, no futebol, acontece o mesmo: o amor à camisola mede-se em €uros!!!