28 janeiro 2009

DO ERRO DE DESCARTES À ANÁLISE DOS CASOS DO JOGO FEITA POR JOSÉ PACHECO PEREIRA

Entre aquelas pequenas coisas misteriosas que me intrigam no mundo editorial, conta-se as causas para o sucesso fulgurante do livro O Erro de Descartes de António Damásio, quando ele foi publicado em Portugal, vai para uns 14 anos. Saído em Maio de 1995, três meses depois o livro já atingira a 12ª Edição! O que, convenhamos, para livros de carácter científico é uma coisa raríssima… Ora o meu mistério, mesmo não me pronunciando sobre o seu conteúdo científico, que para tal não estou habilitado, é que, apesar do sucesso, tenho do referido livro uma opinião muito negativa...
Tratando-se de uma tradução do original inglês, a forma como se abordam os assuntos naquele livro, tornam-no num exemplo acabado do livro maçudo para quem o leia como informação geral. Nem o acabei de ler. Desconfio também que os que aguentaram até ao fim terão sido uma minoria ínfima entre os vários milhares de compradores que justificaram aquelas 12 edições. Mas, mesmo desistente, ainda retenho do que li n´O Erro de Descartes a questão do mapeamento das diversas áreas funcionais do cérebro, nomeadamente onde se produzem as emoções.
Não sei se Damásio já terá identificado a área que no cérebro dos intelectuais está afecta aos momentos delirantemente escapistas e irracionais, que se costumam exprimir em comentários descaradamente tendenciosos sobre o desempenho do seu clube de futebol. Sei que, caso exista essa área no cérebro, então os intelectuais, como Francisco José Viegas ou António Pedro Vasconcelos, tê-la-ão hipertrofiada, conforme se constata pelas suas intervenções públicas na televisão ou pelos seus comentários na blogosfera. Mas há uma excepção a esta regra: José Pacheco Pereira.
José Pacheco Pereira, ao confessar-se honestamente pessoa totalmente desinteressada do fenómeno do futebol (e não estou a falar da sua prática…), acaba por não ter actividade onde sublimar a sua parcialidade oriunda da tal área do cérebro que, quase de certeza, existe, apenas não sei se Damásio já a terá descoberto… Conclusão: acabam por ser as suas análises da situação política nacional que sofrem com isso, com momentos delirantemente tendenciosos, parecidos com qualquer apreciação do desempenho de uma qualquer equipa de arbitragem que prejudicou o nosso (dele) clube… o PSD.

Ou seja, segundo o Abrupto, aquilo do Freeport foi um penalti que ficou por marcar!...

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