07 janeiro 2009

DESDE A LIGA COMUNISTA INTERNACIONALISTA...

Há destacados jornalistas da actualidade cujo passado acaba por estar sempre a ser evocado. É o caso de José Manuel Fernandes, actual Director do Público, de quem só os ignorantes ou distraídos não conhecem o périplo pela UDP (União Democrática Popular) durante os idos tempos do PREC, nomeadamente na Voz do Povo (acima), que naqueles tempos era o órgão central daquela organização.
Um outro caso assim também patusco, mas muito menos conhecido, era o Acção Comunista, outro órgão central (acho que aquilo não era época para a existência de órgãos periféricos… - eram todos centrais!), mas de uma outra organização que se chamava LCI (Liga Comunista Internacionalista) e onde pontificava Ferreira Fernandes, que é o actual colunista principal do Diário de Notícias.
Podemos apreciá-lo um pouco mais jovem e de pilosidade à época na fotografia acima, retirada de uma capa da revista datada de Março de 1976, falando em nome daquela organização, quando a LCI ainda era apenas conhecida por ter conseguido ser o partido menos votado nas eleições constituintes de 1975 e por ter um símbolo onde aparecia um identificativo 4 sobreposto à tradicional foice e martelo comunista (abaixo).
Depois, os tempos e a organização evoluíram, e o seu porta-voz preferencial, rapidamente passou de preferencial a exclusivo, na pessoa de Francisco Louçã e a sua Trade Mark™ mais distintiva deixou de ser o 4 em cima da foice e do martelo (da Quarta Internacional), para passar a ser o discurso em tom de pregação do mesmo Francisco Louçã, um antigo rezador da vigília da Capela do Rato
Noutra época, do outro lado do espectro político, houve alguém que escreveu que no período de entreguerras não foi o Partido Nazi que precisou de um líder, foi Adolf Hitler que precisou de uma organização. Aqui, feito o historial das organizações que já dirigiu (a LCI, depois o PSR, e agora o BE), também parece que são elas que têm de crescer para se adaptar à dimensão das ambições de Francisco Louçã…

2 comentários:

  1. É costume dizer-se "Diz-me com quem andas...".
    Mais interessante poderá ser "Diz-me por onde andaste".
    O problema é que poucos gostam de recordar o passado. Por isso, é da maior importância que alguém, como o Herdeiro, faça este tipo de revelações.
    É verdade que as pessoas evoluem e aprendem com as experiências.
    Mas não é inútil, longe disso, ver o filme todo. Desde o início. Parecendo que não, ajuda a perceber o fim. Ou os fins...

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  2. Já agora, convém referir que o director da Voz do Povo era João Carlos Espada, hoje um simpático liberal/conservador e Fellow de Oxford que disserta abundantemente sobre os tempos em que se dava com Karl Popper, sobre os clubes londrinos e o dress code que a Gentlemanship neles estipula.

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