A ocasião é a das horas tensas que antecedem o dia do grande desembarque da Normandia durante a Segunda Guerra Mundial (6 de Junho de 1944) e a fotografia abaixo é uma das mais conhecidas desse período, com o Comandante Aliado Supremo, o General Dwight D. Eisenhower, a dirigir-se a soldados pára-quedistas (maçaricos) da 101ª Divisão Aerotransportada. Os responsáveis pela propaganda adicionaram à foto uma legenda daquilo que Eisenhower hipoteticamente lhes estaria a pedir: – Full victory, nothing else*…
O mesmo soundbite teria tido um impacto diferente se tivesse sido usada esta outra fotografia, tirada precisamente na mesma altura mas de um ângulo diferente, onde Eisenhower aparece muito mais genuíno a conversar – e com problemas aparentes de comunicação… – com as suas tropas. O peso da corte que o acompanhava é muito mais visível nos uniformes atrás de si e o peso das responsabilidades do que estava para vir talvez fizesse com que muitos dos pára-quedistas quisessem viver aqueles momentos em recato e faltassem à fotografia…
É que para eles, aquela Full victory que alegadamente Eisenhower lhes pedia era muito mais do que uma frase de propaganda: era a diferença entre dois destinos totalmente distintos. Aerotransportados e largados nas regiões imediatamente adjacentes às costas da Normandia, o destino mais benigno dos elementos das unidades pára-quedistas no caso de ocorrer um fracasso do desembarque e de haver uma ordem de retirada era a sua captura pelos alemães… Mas também estou convicto que nem todos pensassem o seu destino com essa profundidade.
Porque a minha fotografia dos pára-quedistas do Dia D é esta de cima, onde dentro de um avião de transporte ou de um planador preparado para partir ou mesmo já a caminho do objectivo, se vê um soldado com cara de puto com a cara mal mascarrada – as operações iam decorrer de noite, por isso os pára-quedistas haviam recebido produtos para pintar a cara – e onde o olhar de apreensão se mistura com o de orgulho por ele ser o operador do que parece ser uma bazooka que segura diante dele.
* Vitória total, nada mais
Porque a minha fotografia dos pára-quedistas do Dia D é esta de cima, onde dentro de um avião de transporte ou de um planador preparado para partir ou mesmo já a caminho do objectivo, se vê um soldado com cara de puto com a cara mal mascarrada – as operações iam decorrer de noite, por isso os pára-quedistas haviam recebido produtos para pintar a cara – e onde o olhar de apreensão se mistura com o de orgulho por ele ser o operador do que parece ser uma bazooka que segura diante dele.
* Vitória total, nada mais
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