O gráfico abaixo mostra a evolução no número de registos de licenças de televisão desde o início das emissões até 1969, ano que costuma ser considerado o apogeu da época depois baptizada por primavera marcelista em Portugal. Ele foi retirado do livro Vamos Falar de Televisão da autoria de Lopes da Silva e Vasco Hogan Teves, que foi publicado em 1971 na colecção Livros RTP.
A progressão exponencial do crescimento, não nos pode fazer esquecer que, com cerca de 350.000 licenças emitidas em 1969 e mesmo contando com as televisões clandestinas e ilegais o número de portugueses que acompanhariam regularmente as emissões de televisão não deveria ultrapassar muito os dois milhões, ou seja, sensivelmente um pouco menos do que 25% da população continental da altura.
O marcelismo, pelo menos nos seus aspectos comunicacionais (lembremo-nos das Conversas em Família), ter-se-á assim desenrolado entre um círculo muito restrito de portugueses e, pela mesma lógica, não seria de todo surpreendente a famosa manchete que o Expresso escolheu para a sua primeira edição de 6 de Janeiro de 1973 (acima): a de que, naquela altura, 63% dos portugueses nunca tinham votado.
O marcelismo, pelo menos nos seus aspectos comunicacionais (lembremo-nos das Conversas em Família), ter-se-á assim desenrolado entre um círculo muito restrito de portugueses e, pela mesma lógica, não seria de todo surpreendente a famosa manchete que o Expresso escolheu para a sua primeira edição de 6 de Janeiro de 1973 (acima): a de que, naquela altura, 63% dos portugueses nunca tinham votado.
Se eu tivesse televisão ( só tive depois de 25 de Abril e arrependi-me uns tempos depois), no que diz respeito às conversas em família aludidas, poderíamos considerar apenas 349.999 (!) licenças usadas.
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