A razão para o que o Estado de Jodhpur apareça nesta lista de Estados Principescos cuja adesão foi acidentada acabou por nunca ter uma explicação satisfatória. Jodhpur era um Estado cujo Maharaja tinha direito a 17 salvas de canhão. Era relativamente extenso, com 93.000 km², embora tivesse uma baixa densidade populacional pelos padrões indianos: cerca de 2,5 milhões de habitantes em 1941. A sua localização precisa na Índia pode ser observada no mapa abaixo e tratava-se de um Estado cuja existência era bastante antiga: as primeiras referências escritas a ele datavam do Século XIII.
Além disso, como a maioria da população e o monarca eram de confissão hindu, não se antecipava grandes dúvidas quanto ao país a que o Estado iria aderir quando da Independência, apesar do facto de que uma parte do Estado ser adjacente ao Sindh, onde existia uma maioria muçulmana, o que fazia prever que por ali passaria parte da futura fronteira entre a Ìndia e o Paquistão. A surpresa desencadeou-se quando o Maharaja Umaid Singh faleceu súbita e inesperadamente com apenas 44 anos em Junho de 1947, tendo sido sucedido pelo seu filho Hanwant Singh, então com 24.
Vai ficar para sempre por esclarecer quem – o Nawab de Bophal, de que se falou anteriormente, é um dos suspeitos principais… – terá entusiasmado o jovem Maharaja a explorar a situação fronteiriça do seu Estado para sondar Muhammad Ali Jinnah e a Liga Muçulmana sobre as condições que eles teriam para lhe oferecer na eventualidade de uma Adesão do seu Estado ao Paquistão. Diz a lenda que na reunião que tiveram a esse respeito Jinnah terá entregue uma caneta e uma folha em branco para que o jovem Hanwant Singh escrevesse as suas condições…
A atitude podia ser vista como a consequência da imaturidade de um monarca jovem, que queria tratar um assunto de estado como uma transacção comercial, mas o Partido do Congresso não estava disposto a encarar o assunto com bonomia e as pressões para que o jovem Maharaja mudasse de atitude foram imensas. Mais importante para outros casos mais complexos que vieram a acontecer, o gesto de Jinnah fomentou desconfianças em Vallabhbhai Patel, o dirigente que tratava desta questão do lado do Congresso, que a Liga poderia agir sem razoabilidade, ao tentar aliciar um estado maioritariamente hindu.
O problema acabou por se resolver com o Maharaja a assinar a esperada Adesão à Índia mas não sem antes haver uma cena durante a cerimónia da assinatura, que se desenrolou na antecâmara do Gabinete do Vice-Rei e em que Hanwant Singh sacou de um revólver e o apontou à cabeça do secretário que lhe apresentou o documentou a assinar dizendo: - Eu não aceitarei as vossas ordens! Enfim podemos levar todo o incidente à conta de alguém que, para além de se mostrar imaturo perante as responsabilidades, possuía um forte sensibilidade ao sentido cénico, tendo por hobby, aliás, a magia…
Vai ficar para sempre por esclarecer quem – o Nawab de Bophal, de que se falou anteriormente, é um dos suspeitos principais… – terá entusiasmado o jovem Maharaja a explorar a situação fronteiriça do seu Estado para sondar Muhammad Ali Jinnah e a Liga Muçulmana sobre as condições que eles teriam para lhe oferecer na eventualidade de uma Adesão do seu Estado ao Paquistão. Diz a lenda que na reunião que tiveram a esse respeito Jinnah terá entregue uma caneta e uma folha em branco para que o jovem Hanwant Singh escrevesse as suas condições…
A atitude podia ser vista como a consequência da imaturidade de um monarca jovem, que queria tratar um assunto de estado como uma transacção comercial, mas o Partido do Congresso não estava disposto a encarar o assunto com bonomia e as pressões para que o jovem Maharaja mudasse de atitude foram imensas. Mais importante para outros casos mais complexos que vieram a acontecer, o gesto de Jinnah fomentou desconfianças em Vallabhbhai Patel, o dirigente que tratava desta questão do lado do Congresso, que a Liga poderia agir sem razoabilidade, ao tentar aliciar um estado maioritariamente hindu.
O problema acabou por se resolver com o Maharaja a assinar a esperada Adesão à Índia mas não sem antes haver uma cena durante a cerimónia da assinatura, que se desenrolou na antecâmara do Gabinete do Vice-Rei e em que Hanwant Singh sacou de um revólver e o apontou à cabeça do secretário que lhe apresentou o documentou a assinar dizendo: - Eu não aceitarei as vossas ordens! Enfim podemos levar todo o incidente à conta de alguém que, para além de se mostrar imaturo perante as responsabilidades, possuía um forte sensibilidade ao sentido cénico, tendo por hobby, aliás, a magia…
(Continua)
lido
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