Não assisti, foi-me contada por um amigo, mas mesmo contada a cena mantêm toda a sua piada. José Miguel Júdice, que também é presidente da Assembleia Geral do Banco Privado Português (BPP) estava a dar uma entrevista a uma televisão em que descrevia o perfil típico do cliente daquele banco como o de um pequeno/médio empresário enquanto por detrás dele calhava passarem naquela altura dois belos exemplares da espécie: Diogo Vaz Guedes e Francisco Pinto Balsemão…
Com esta história do BPP, um banco que sempre foi tão selecto, não tenho memória de uma outra ocasião depois de 1974 que fosse tão propícia para que na opinião pública se estabelecesse o estereótipo do capitalista mau, ajustada àquela caricatura que se pintava pelas paredes durante o PREC, com cartola, casaca, dentes aguçados e outros adereços de malvadez. Pela lógica, com um governo de esquerda e mais duas oposições de esquerda, teria sido uma bela ocasião da desforra ideológica…
O Bloco de Esquerda, que já havia entalado Teixeira dos Santos no Parlamento por causa do BPP aproveitaria o balanço para não deixar sair o assunto da agenda mediática; o PCP, em pleno Congresso, ferraria nele os dentes para nunca mais largar, como só os comunistas sabem fazer; até o PS, mesmo dando com uma mão, aproveitaria a ocasião para, com a outra, pregar um sermão e mostrar os seus pergaminhos de esquerda, calando aqueles poetas desbocados que são sempre muito mais além…
Mas não. Descontando o benefício melódico de assim já não estar para breve o dia em que Odete Santos prometeu cantar (…ela prometeu que será no dia do fim do capitalismo), não há dúvida que me intriga como um assunto que mostra ter tanto potencial político parece estar a ser tão malbaratado por quem o poderia estar a explorar muito melhor… Enfim, vira a boca para lá, há o ser de esquerda, mas tradicionalmente o porta-moedas guarda-se no bolso da direita...
O Bloco de Esquerda, que já havia entalado Teixeira dos Santos no Parlamento por causa do BPP aproveitaria o balanço para não deixar sair o assunto da agenda mediática; o PCP, em pleno Congresso, ferraria nele os dentes para nunca mais largar, como só os comunistas sabem fazer; até o PS, mesmo dando com uma mão, aproveitaria a ocasião para, com a outra, pregar um sermão e mostrar os seus pergaminhos de esquerda, calando aqueles poetas desbocados que são sempre muito mais além…
Mas não. Descontando o benefício melódico de assim já não estar para breve o dia em que Odete Santos prometeu cantar (…ela prometeu que será no dia do fim do capitalismo), não há dúvida que me intriga como um assunto que mostra ter tanto potencial político parece estar a ser tão malbaratado por quem o poderia estar a explorar muito melhor… Enfim, vira a boca para lá, há o ser de esquerda, mas tradicionalmente o porta-moedas guarda-se no bolso da direita...
O gag de JMJ quase me levou às lágrimas, que não da Quinta, mas quem duvida que a dimensão de alguns "daqueles capitalistas" tende para encolher?
ResponderEliminarÉ estranho não é? Se calhar não é! Daqui do meu cantito... se há "rostos" de quem neste país põe e dispõe...
ResponderEliminar(Mas porque será que este "caso" do BPP "me dá cá uns nervos"?)
:))
Para quem está a assistir às notícias dos canais noticiosos (SIC-N e RTPN), onde se sucedem os pedintes por apoios, da indústria textil, às reparadoras automóveis e à construção civil, fica a parecer que esta história dos "pedintes do BPP" desencadeou um efeito perverso: ou há moralidade (e já não há...) ou "comem" todos...
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