Para mim, a moda das biografias dos gestores de sucesso terá começado com o sucesso da de Lee Iacocca, que escreveu uma história em meados da década de 80 (1984/85) em que se assumia como o salvador da Chrysler. Ainda me lembro como tentaram fazer passar a sua Autobiografia (acima) como uma espécie do omnipresente Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas de Dale Carnegie, mas destinado a quadros mais sofisticados…
Uma treta! O livro foi um êxito editorial, mas o conteúdo era uma treta. A popularidade de Iacocca como gestor da Chrysler foi completamente ultrapassada pela popularidade de Iacocca como autor da história de como gerira a Chrysler… Bom, o que agora interessa é que o exemplo de imodéstia de Iacocca fez escola, e o seu livro foi o precursor de um certo estilo editorial em que o autobiografado faz um elogio a si mesmo com a ajuda de alguém que o escreve.
A categoria do contratado para escrever a autobiografia tornou-se também uma medida do sucesso e do prestígio do gestor, mas com as consequências inerentes. Assim, por exemplo, o prestígio adquirido em 1997 por António Champalimaud (acima), ao contratar José Freire Antunes para escrever a sua, tornou-se num desprestígio equivalente daquele historiador, ao prestar-se a emprestar o seu nome a um livro que não passava de um interminável panegírico…
Mas o que até agora, que se soubesse, ainda era inédito na edição desses livros de gestores de sucesso, era fazê-lo precisamente no momento em que, perante a sociedade, o autobiografado acaba de se despencar da sua trajectória de sucesso que normalmente esses livros descrevem. Aconteceu com João Rendeiro, e essa sua fulgurante autobiografia, chama-se João Rendeiro – Testemunho de um banqueiro. A história de quem venceu nos mercados.
A César o que é de César: O autor original deste último paradoxo tão caricato é este.
Uma treta! O livro foi um êxito editorial, mas o conteúdo era uma treta. A popularidade de Iacocca como gestor da Chrysler foi completamente ultrapassada pela popularidade de Iacocca como autor da história de como gerira a Chrysler… Bom, o que agora interessa é que o exemplo de imodéstia de Iacocca fez escola, e o seu livro foi o precursor de um certo estilo editorial em que o autobiografado faz um elogio a si mesmo com a ajuda de alguém que o escreve.
A categoria do contratado para escrever a autobiografia tornou-se também uma medida do sucesso e do prestígio do gestor, mas com as consequências inerentes. Assim, por exemplo, o prestígio adquirido em 1997 por António Champalimaud (acima), ao contratar José Freire Antunes para escrever a sua, tornou-se num desprestígio equivalente daquele historiador, ao prestar-se a emprestar o seu nome a um livro que não passava de um interminável panegírico…
Mas o que até agora, que se soubesse, ainda era inédito na edição desses livros de gestores de sucesso, era fazê-lo precisamente no momento em que, perante a sociedade, o autobiografado acaba de se despencar da sua trajectória de sucesso que normalmente esses livros descrevem. Aconteceu com João Rendeiro, e essa sua fulgurante autobiografia, chama-se João Rendeiro – Testemunho de um banqueiro. A história de quem venceu nos mercados.
A César o que é de César: O autor original deste último paradoxo tão caricato é este.
Realmente parece uma anedota!
ResponderEliminar:))
Estes livros são todos "muito parecidos" independentemente de serem escritos por Sousas Tavares, Margaridas Rebelos Pintos Correias (duas em uma) ou escribas estipendiados.
ResponderEliminarLembro-me de um resumo dessa biografia de Iacocca na Readers Digest, há já bastantes anos. A "história de sucesso" do "Salvador da Chrysler" que ganhava simbolicamente um dólar ao ano.
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