Dada a quadra que está a chegar, vale a pena recordar as circunstâncias em que José Lello terá começado por atingir alguma notoriedade pública. A especialidade de Lello, que acabou por lhe dar uma reputação de indivíduo muito espirituoso, era a de escolher livros como prendas de Natal para os seus colegas da classe política. A piada estava nos títulos dos livros escolhidos, recentes e que continham sempre alguma referência que se associava facilmente ao político prendado. A lista tinha piada e repetiu-se no Natal seguinte, no seguinte e no seguinte…
A certa altura A Lista do Lello tendeu a tornar-se mais uma tradição natalícia, assim no estilo da aparição do Max a cantar A Mula da Cooperativa (acima) no Natal dos Hospitais: de tão repetido aquilo já não tinha piada nenhuma mas toda a gente sorria para mostrar quanto estava bem disposto… Depois disso, em cada intervenção mediática de José Lello, pelo seu estilo, não consigo evitar lembrar-me da definição de política de Édouard Herriot (1872-1957): A política é como a “andouillette”: deve cheirar sempre um pouco a merda, mas não em demasia.
* La politique, c'est comme l'andouillette. Ça doit sentir un peu la merde, mais pas trop. A andouillette (na fotografia acima) é um enchido tradicional francês feito com bocados de tubo digestivo de porco ou de vaca recheados. Como se depreende da citação, mesmo depois de cozinhado, tem um aroma específico…
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