Até já começava a parecer mal que, com a aproximação da data da realização da XIII Convenção do Bloco de Esquerda (que será no próximo fim de semana), os jornalistas apaniguados do jornal Público não voltassem a injectar ainda um pouco mais de publicidade e promoção na candidatura de Mariana Mortágua (como aqui fui dando conta, a campanha do jornal começou desde Fevereiro - (1) (2) (3) (4)). O artigo ou, pelo menos, este artigo, que não garanto ser o último, já ainda há por lá umas colunistas bloqueiras para dizerem ainda mais coisas bonitas a respeito de Mariana Mortágua, o artigo, escrevia, lá apareceu hoje, e o título escolhido por Ana Begonha é conforme e não desilude as expectativas de que a próxima dirigente do BE é uma pessoa fora de série, talhada desde a infância no Alvito para altos voos. A única coisa que lhe faltará, ao artigo, e que acima acrescentei, é o cabeçalho oficial de jornal do partido - Esquerda. Merece, porque o artigo, apesar de oficioso e publicado no Público, é de uma conformidade e ortodoxia que é digna de um comunicado do Avante! anunciando Paulo Raimundo como novo secretário-geral do PCP. Como acontece com os noticiários dos comunistas, onde impera o unanimismo, li o artigo da jornalista bloquista e não dei por qualquer sugestão que fosse sobre as divergências políticas existente e a discutir na próxima convenção. Para isso, há que consultar outro jornal, o Observador, onde se pode seguir uma entrevista - crítica - dada por um dos históricos da organização, Mário Tomé. Sobre este último, «revolucionário e feminista», como certa vez o descreveu estupidamente Catarina Martins, reconheço-lhe a liberdade de dizer os disparates que quiser - uma das vantagens de se viver na Democracia que ele quis derrubar em 25 de Novembro de 1975. Neste caso, estou convicto que o Observador dar-lhe-á este protagonismo porque é o amigo da onça de uma eleição pré-anunciada (a de Mariana Mortágua). Mas o meu problema é outro. O meu problema é encontrar um órgão de comunicação social em Portugal onde se possa ser informado simultaneamente sobre a excelência da Mariana Mortágua sem perder de vista que, mesmo lá no Bloco, há quem não possa com ela. Noutros tempos, chamava-se a isto pluralismo de opiniões. Parece ter acabado essa «coisa».
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