Sempre que há uma greve de argumentistas de Hollywood, o acontecimento vem expor o quanto naquela sociedade americana não é assim tão importante mostrar a verdade, o quanto ela depende das cenografias e de quem as prepara para as exibir aos, e captar a atenção dos, auditórios. Terá uma importância, à escala social, do que significará para nós uma greve dos maquinistas da CP ou dos pilotos da TAP. Tem a mesmo importância, mas não a mesma seriedade. Comboios e aviões não vão a lado nenhum, o espaço televisivo continua lá, por preencher, que os auditórios não desligam a televisão. Contudo, desde há mais de 30 anos que, sempre que se regressa a este tema da greve dos argumentistas pelas Américas, me lembro da solução que foi aplicada para os vinte minutos finais de uma série de sucesso dos anos 1980, Moonlighting. por ocasião de uma dessas graves greves. Chegados ao ponto onde (aparentemente) se acabara o script, e derrubando a quarta parede (como acontecia frequentemente naquela série), esse tempo que a greve dos argumentistas tornara obrigatório preencher de qualquer outra maneira, acabou sendo ocupado por uma dos personagens da série (personificada pelo actor Curtis Armstrong) interpretando um sucesso musical que já na altura contaria uns 20 anos: Woolly Bully, que fora cantado originalmente pelos «Sam the Sham and the Pharaohs» Podem apreciar abaixo. Confesso que já não me lembro dos enredos de todos os outros episódios da série, mas este ficou-me na memória!
Sem comentários:
Enviar um comentário