Um minuto depois da meia-noite de 1 de Maio de 1943, mais de 480.000 mineiros que trabalhavam nas minas americanas de carvão entraram em greve, quando o contrato colectivo de trabalho do sindicato (United Mine Workers) com as empresas mineiras expirou. O presidente Franklin Roosevelt, notificou o dirigente sindical, John L. Lewis, para que o trabalho fosse retomado até às 10 horas, tendo em conta a situação de guerra, mas essa ordem foi ignorada. Por causa disso, foi emitida de imediato uma ordem executiva presidencial dando poder ao executivo para que tomasse «posse imediata e na medida do necessário ou desejável, de todas e quaisquer minas produtoras de carvão em que tivesse ocorrido uma greve ou paralisação ou que a produção esteja ameaçada (...)». Quanto ao discurso (acima anunciado) que foi proferido por Roosevelt na rádio nacional no dia seguinte, foi uma descarada chantagem emocional para com os grevistas: «Vocês, mineiros, têm filhos no exército, na marinha e nos fuzileiros ... Eu gostaria de vos dizer aquilo que eles pensarão da greve nas minas de carvão...» Mas o que é notável, e qualificava os Estados Unidos numa categoria à parte entre os grande beligerantes da Segunda Guerra Mundial é o facto de este conflito laboral ser noticiado, como acima se constata, apesar do valor informativo do acontecimento para os inimigos. É impensável uma tal cobertura noticiosa a acontecimentos deste género em qualquer dos outros países em guerra, aliados ou inimigos dos Estados Unidos. Grandes greves de mineiros teriam sido abafadas no Reino Unido ou teriam sido reprimidas com a maior violência na Alemanha, na União Soviética ou no Japão.
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