3 de Maio de 1973. O relato que, no dia seguinte, o Diário de Lisboa fazia dos acontecimentos do que havia acontecido nas univesidades, apesar da censura que se sabia activa, não deixava dúvidas sobre a gravidade da agitação estudantil. Ao contrário das precedentes, as denominadas crises académicas de 1962 e de 1969, que são repetidamente evocadas na RTP, esta agitação que varria a universidade no princípio da década de 1970 era diferente, fomentada pelo MRPP maoista. Que, como qualquer organização maoista, precisava de idolatrar um grande timoneiro: era Arnaldo Matos. (Depois do 25 de Abril, Matos viria a revelar-se um advogado, rábula, espertalhão, capaz de proferir as maior enormidades radicais com a maior desfaçatez, um verdadeiro antepassado de André Ventura) O problema é que os maoistas nunca conseguiram infiltrar-se no mainstream social, portanto todas as acções de contestação desenvolvidas por eles - e a leitura da notícia acima não deixa quaisquer dúvidas sobre a seriedade dos incidentes ocorridos há cinquenta anos - acabaram por ser discreta e injustamente esquecidas. Creio ser de toda a justiça histórica evocá-los hoje, sobretudo se servir de contraponto a Alberto Martins a contar, pela enésima vez, a sua história de como pediu a palavra ao presidente e não lha deram!...
Sem comentários:
Enviar um comentário