(Republicação)
11 de Maio de 1943. A ilha de Attu é a mais ocidental e a mais remota das ilhas do arquipélago das Aleútas no Alaska, território dos Estados Unidos. Tem 893 km² mas um clima terrível e a sua população nunca foi além das poucas centenas de pessoas. Hoje é desabitada. Mas, em 7 de Junho de 1942, os japoneses haviam ali desembarcado para criar um ponto de fixação que pudessem posteriormente utilizar conforme a evolução da Segunda Guerra Mundial no Teatro de Operações do Pacífico. Poderiam usar a ilha para ameaçar os Estados Unidos continentais; poderiam também usá-la como uma cunha nas comunicações entre os norte-americanos e os seus aliados soviéticos, caso estes últimos viessem a entrar em guerra com o Japão. Mas há precisamente oitenta anos, menos de um ano depois da invasão e ocupação japonesas, os norte-americanos desembarcaram por sua vez na ilha, para desalojar os japoneses. A batalha durou 18 dias e, apesar de se estar em Maio, parte dos combates travaram-se em condições meteorológicas em que chegou a nevar, como se se tratasse da campanha da Rússia. Dada a desproporção dos efectivos (os 15.000 atacantes eram cinco vezes mais do que os 3.000 defensores), o desfecho da batalha nunca esteve em causa, apesar da ferocidade suicida da resistência japonesa. No final, os norte-americanos fizeram apenas 28 prisioneiros, o que representava apenas 1% da guarnição japonesa. O seu comandante, o coronel Yamasaki, morreu apropriadamente, liderando uma última carga suicida à baioneta sobre o inimigo. Entre as baixas sofridas por este último, foram mais as ocorridas por doenças e pelo frio (1.814) do que as causadas directamente pelos combates (1.697). Numa Guerra do Pacífico dominada pelas condições tropicais em que a esmagadora maioria dos combates foram travados, este episódio é uma curiosa e pouco conhecida excepção.
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