11 de Fevereiro de 1992. Mesmo estando-se em pleno Inverno, dá-se uma colisão entre dois submarinos, um russo (esquerda) e outro norte-americano (direita), em pleno Oceano Árctico, mas a pouco mais de 20 km da costa e à saída do porto russo de Murmansk, o quarto principal porto daquele país e onde se situa a sua principal base de submarinos. O acontecimento cai muito mal na opinião pública e os Estados Unidos ficam muito mal na fotografia dado que, com o desaparecimento da União Soviética no ano anterior, eles haviam deixado pairar a ideia junto dessa mesma opinião pública que, com o fim da Guerra-Fria, certas práticas de prevenção e de espionagem haviam deixado de se tornar necessárias. O local do incidente (mapa acima) era a demonstração do quanto essa sugestão era falsa. Moscovo e o presidente Boris Yeltsin mostraram-se particularmente irritados - como se sentiriam os norte-americanos se os russos mandassem submarinos seus patrulhar ao largo do porto de Long Beach, na Califórnia? - e o próprio secretário de Estado de então, James Baker, foi à capital russa, prestar-lhe explicações pessoalmente, acompanhadas certamente das tradicionais promessas de que o assunto não se viria a repetir. Claro que, na política real, estas iniciativas são para benefício da audiência e não são para levar a sério: dali por treze meses, pouco mais de um ano, tornou a dar-se outra colisão entre dois submarinos, não muito distante desta. O que vale é que nessa altura já lá estava - em Washington - outro presidente (Clinton) e outro secretário de Estado. Se calhar, nesta altura em que, por causa da questão da Ucrânia, se tenta diabolizar a Rússia e Vladimir Putin, evocar estes acontecimentos não virá nada a propósito para a propaganda do lado de cá, mas as datas (e as efemérides) são estas...
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