19 fevereiro 2022

O PRIMEIRO ATAQUE AÉREO À AUSTRÁLIA

19 de Fevereiro de 1942. Há precisamente 80 anos, a Austrália sofreu o primeiro ataque registado da sua História. Foi um raid aéreo ao porto de Darwin perpetrado precisamente pelas mesmas esquadrilhas da força aeronaval que, dois meses e meio antes, atacara Pearl Harbor. O comandante das 188 aeronaves era o mesmo Mitsuo Fuchida que se cobrira de glória naquela outra ocasião. No caso e em complemento, os cerca de 60 navios que estavam fundeados no porto australiano vieram a ser atacados também por esquadrilhas de bombardeiros (54) que haviam descolado de bases aéreas de ilhas da Indonésia que entretanto haviam sido conquistadas pelos japoneses.
Darwin era então uma pequena cidade de 5.800 habitantes (em tempo de paz) situada no extremo Norte da Austrália e que era a capital do mais remoto e despovoado dos seus Territórios, o do Norte. Só a expansão militar dos japoneses por toda a Ásia e Pacífico é que lhe conferira subitamente aquela importância estratégica desmedida como potencial porta de entrada para o continente australiano. Aos 242 aviões que os japoneses puseram no ar a RAAF apenas podia opor uma trintena deles. O desfecho do raid era antecipável: toda a aviação australiana foi destruída, 11 navios foram afundados, 25 ficaram danificados, contaram-se 236 mortos e entre 300 a 400 feridos.
Como em Pearl Harbor, as perdas entre os atacantes foram ínfimas: 4 aparelhos abatidos, 2 mortos. O que distingue o episódio do de Dezembro de 1941 nas ilhas Hawaii foi a sua (não) utilização como elemento de propaganda para mobilizar os australianos. Na Austrália o episódio foi tratado com muito mais discrição, porventura pelo receio que acendesse no público o receio de uma invasão. Este ataque aéreo de 19 de Fevereiro de 1942 foi, aliás, o primeiro de uma longa sucessão deles que, entre Fevereiro de 1942 e Novembro de 1943 tiveram lugar ao longo das costas despovoadas do Noroeste da Austrália. Ataques aéreos dos japoneses que, actualmente, quase ninguém sabe que tiveram lugar.

1 comentário:

  1. Lavoura, eu creio que já tinha deixado claro que não vale a pena tentar que eu não lhe publico comentários do teor «Sobre o assunto deste post, vale a pena ler...»

    a) Em primeiro lugar porque tenho que ser eu a achar se vale a pena a recomendação - por sinal, não vale: é um texto de 5.400 caracteres dos quais apenas uns 12% (650) se referem especificamente ao assunto que eu explico em cerca do triplo disso.

    b) Em segundo lugar porque, se o Lavoura vem para aqui recomendar o outro texto, exijo-lhe um mínimo de reciprocidade, e que recomende este na outra caixa de comentários - o que também não fez. Se acha que este não vale a recomendação, poupe-se, não comente nada, nem cá venha, que não faz falta.

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