16 fevereiro 2022

UMA TENTATIVA DE FAZER MÁRIO SOARES PASSAR POR UM INTELECTUAL

16 de Fevereiro de 1962. Numa das páginas interiores do Diário de Lisboa Mário Soares era dado como o autor de um texto sobre a Historiografia da República. Se o tema não é neutro, a escolha do autor também não. Contudo, o futuro tinha guardado aos portugueses um conhecimento mais aprofundado do carácter de Mário Soares, quando os seus anos de governo mostraram que não era «grande amigo» de «leituras» e, por maioria de razão, «grande praticante» de «escrituras». Tinha outras qualidades. A esta distância de 60 anos e consolidada a sua reputação, a pergunta que se coloca nem sequer é: quem terá ajudado Mário Soares a escrever este artigo? Será antes: quem é que o escreveu por ele? (Uma nota adicional em relação a uma outra notícia que foi apanhada no recorte e que parece ser também manipuladora: os «três aviadores mortos» em Angola não o terão sido propriamente em combate, tê-lo-ão sido em operações numa zona de guerra, o que será muito diferente. Nem a UPA nem o MPLA (os guerrilheiros angolanos) possuíam aviação, nem sequer artilharia anti-aérea, para combaterem a superioridade aérea da FAP - Força Aérea Portuguesa. As mortes foram causadas por desastres aéreos em aviões que não foram derrubados pelo inimigo...)

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