17 dezembro 2016

...POUPEM-ME...

Não, ao contrário do que se pretende acima, nós não somos todos cúmplices do massacre de Aleppo. a) Primeiro, porque não dei por que o debate sobre a oportunidade e a justificação de uma insurreição contra o regime sírio (e outros regimes árabes) tivesse tido previamente lugar nestas mesmas redes socias que agora apostam nesta nossa culpabilização colectiva. b) Por outro lado, já sou suficientemente crescido para me recordar de, esses sim, verdadeiros genocídios que, ao contrário desta chacina e porque as vítimas não tiveram patrocinadores, decorreram sem qualquer interferência substantiva da comunidade internacional (em baixo à direita, as catanas do genocídio dos tutsis no Ruanda em 1994). c) Finalmente, e quanto à coreografia da fotografia acima (obviamente encenada), essa mesma minha veterania serve-me para lembrar outra precisamente com o mesmo tema do adulto a correr com um bebé ao colo, já usada em 2009 pelos palestinianos contra Israel (à esquerda). 
Respeitarei imenso as 2.400 pessoas que reagiram no facebook ao comentário do ex-campeão de xadrez Garry Kasparov, as 149 que o comentaram, as 846 partilhas. Mas não me tentem manipular os sentimentos de ultraje ou de indignação... Eu não me disponho a ser um peão de um jogo de Kasparov. E, como diria o almirante Pinheiro de Azevedo (só que aí era a respeito de sequestros), tentarem-me manipular é uma coisa que me chateia, pá!

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