Como um daqueles romances de mistério do Século XIX - evoque-se, a propósito, O Mistério da Estrada de Sintra, escrito em parceria por Eça de Queirós e Ramalho Ortigão - o acompanhamento que, no facebook, Nuno Rogeiro está a fazer dos acontecimentos de Berlim também se presta a essa visão rocambolesca dos acontecimentos, as reviravoltas de que aquilo que fora dado por adquirido no capítulo anterior do folhetim, acaba por ser desmentido no capítulo actual.
Veja-se como inicialmente o assassino presumido já confessara, embora se tivesse posteriormente desdito. E como corajosa fora a atitude cívica de um anónimo que o denunciara e miserável fora a campanha de culpar o motorista polaco do camião.
Só que depois o presumido assassino confesso, paquistanês, veio a ser despromovido ao estatuto de cúmplice menor, ou nem tanto, já que acabou por ser libertado. E ficou por dedicar umas palavrinhas ao corajoso anónimo que afinal denunciara um inocente...
A hipótese do principal responsável pelo ataque andar AINDA a monte deixa o ser, para se tornar numa certeza. Armado de um revolver de pequeno calibre e uma arma cortante. O novo suspeito é um tunisino de 23 anos. Não perca os próximos capítulos desta emocionante saga no facebook de Nuno Rogeiro...
Amanhã (quem sabe?), as suspeitas podem passar a recair não num individuo, mas numa quadrilha de iemenitas que podem estar armados de bazucas... Fora de ironias: se fosse para emitir uma opinião que fosse substantiva, Nuno Rogeiro devia ter permanecido calado, à espera que o fumo se dissipasse; se fosse para produzir uma informação que fosse apurada, Nuno Rogeiro devia permanecer calado, à espera que as informações se consolidassem. Assim, fica um pouco difícil distinguir o que escreve das obras de ficção... Dito de outro modo e apesar de ser um amador, entre dizer «coisas» e dizer «coisas acertadas», Nuno Rogeiro também tem o mesmo «medo do silêncio», afinando pelo diapasão do resto da comunicação social.
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