Parafraseando Napoleão naquela famosa frase que, no Egipto, endereçou aos seus soldados, desta capa da edição da Sábado de hoje poder-se-ia dizer que mais de quatro séculos e meio contemplam o leitor! Esses 466 anos correspondem a uma média de 77,7 anos para os seis entrevistados e registe-se a curiosidade de que o mais novo de entre eles (mesmo assim já para lá da idade da aposentadoria com 68 anos), é D. Manuel Clemente, o membro da igreja, uma instituição que, paradoxalmente, sempre nos acostumou às vetustas idades dos seus membros mais proeminentes. Quanto ao conteúdo do título e do subtítulo que consta da capa da revista, sobre o que de mal foi feito em Portugal e sobre as ideias que eles ainda possam ter para o modificar, diga-se muito francamente que os entrevistados já tiveram a sua oportunidade de intervenção na época apropriada e que, se ainda há muito por fazer, é também pela sua incapacidade passada - a de ter transformado a realidade, não a de mandar opiniões sobre ela, não se confunda a primeira com a segunda. O respeito devido a qualquer dos seis entrevistados não nos pode embotar a crítica do que parece não passar de (mais) uma despropositada operação de venda de papel de revista.
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