A vaidade de Winston Churchill era incomensurável. Aliava-se a ela a necessidade da máquina de propaganda britânica não beliscar a imagem daquele que era seu primeiro-ministro e Líder de Guerra. Este duplo par de fotografias mais abaixo pretende realçar o contraste entre aquilo que era e aquilo que a propaganda da época mostrava que havia sido.
O primeiro jogo de fotos foi tirado em Moscovo em Agosto de 1942. Na fotografia oficial de Churchill com Estaline (obviamente, a de cima), até se notam os retoques desenhados nos retratados, tão característicos da escola soviética da altura, famosa por fazer desaparecer os inoportunos das fotografias. A fotografia oficiosa mostra-nos uma outra coisa, um Churchill afivelando um sorriso cauteloso ao lado de um Estaline que, em contraste, o exibe franco, mas de que se desconhecem as circunstâncias que o farão sorrir, que bem poderão ser à custa de Churchill...
Uma outra perspectiva para além da relação com os aliados é a relação de Churchill com os subordinados, que se pode apreciar no segundo jogo de fotos, feito em Junho de 1944, quando da visita de Churchill à Normandia, uma semana depois do Desembarque. O parceiro de Churchill é Alan Brooke o Chefe do Estado-Maior Imperial (exército), um dos subordinados mais próximos com quem Churchill desenvolveu uma das mais profícuas mas também mais tumultuosas relações durante a Segunda Guerra Mundial (1941-45).
Se a foto oficial é das canónicas, com a dupla promovendo-se – afinal, Alan Brooke tornara-se num oficial de gabinete... – com a sua presença na frente de combate que é simbolizada pela tenda de campanha em fundo (os oficiais generais operacionais - provavelmente Montgomery e outros - foram cortados da foto), a oficiosa é um instantâneo no mar, durante a viagem de ida ou de regresso, onde Alan Brooke (que se identifica apesar de estar de costas) aproveita a ocasião para dizer a Churchill algo que não é visivelmente do seu agrado...
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