05 setembro 2015

A PIZZA QUE SÓCRATES NÃO CHEGOU A COMER


Este é o momento em que o entregador de pizzas chega ao prédio onde está José Sócrates para a entregar - de extra-queijo, pepperoni... e é só. - e se depara com um feroz comité de jornalistas, sequioso de pormenores. São três minutos e meio que certamente irão ficar na História do jornalismo televisivo em directo em Portugal. É uma cena esclarecedora para quem se dispuser a ficar esclarecido: vê-se um elemento típico desse povo em nome do qual se costuma justificar fazer este género de jornalismo a mostrar-se verdadeiramente assustado com o que lhe está a acontecer - o que é que se passa aqui? Pede por mais do que uma vez que desliguem as câmaras. Ignoram-no. Há o detalhe da encomenda estar insuficientemente endereçada e que é explorado pelos jornalistas à exaustão. Sente-se que, se a pizza tivesse também cogumelos, haveria pelo menos mais meio minuto de reportagem. O jornalismo respeitável esclarece-nos posteriormente que o homem afinal não conseguiu entregar a pizza. A polícia não deixou, se calhar tinha um lima lá dentro. Mas o que se imagina é o dia seguinte e o momento de reportagem que não será - de interromper a programação regular da CMTV! - quando alguém tiver de trazer os sacos do lixo à rua... Ai dele(a) se não trouxer os lixos separados!

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