Não sei se o cartaz acima é genuíno. Sei que
quem o redigiu esteve particularmente inspirado, apesar do analfabetismo, real ou fingido.
Aquele retoque final de apelar subtilmente para a nossa imaginação no último aviso entre parêntesis
cá de baixo é simplesmente genial. Ninguém gosta de deixar seja o que for a boiar e o apelo tem a delicadeza de não precisar do que se trata. Além disso, naquela frase Depois Fica Tudo a Boiar, a palavra
Tudo adquire uma etimologia precisa, que me lembra a função dessa mesma palavra na
seguinte frase: Está Tudo muito indeciso com o resultado das eleições do próximo
Domingo.
Como bem sabes, podemos ir buscar muitos ensinamentos e explicações à História. O analfabetismo não é muito propício a essa procura, mas hoje é já praticamente inexistente. Porque o tema Roma te é caro, deixo-te este link onde talvez encontres matéria que não explique "tudo", mas, quem sabe, talvez parte...
ResponderEliminarhttp://www.oftwominds.com/blogsept15/Rome-moral-decay9-15.html
Sobre o tema em questão, investiguei-o e acompanho-o com a atenção suficiente para me arriscar a qualificar o texto – lamento – como muito superficial. E, para que não me acuses uma vez mais de não ser elucidativo, deixa-me tentar explicar-te da forma mais sumária que possa encontrar – é que eu considero uma perda de tempo estar a “derrubar” estas coisas que só parecem “erigidas” pela credibilidade acrítica de quem as lê – porque não o considero interessante. Socorremo-nos da bibliografia usada pelo autor, Charles Hugh Smith (já constataste aqui que ele se dispersa por imensos temas?). Menciona três livros. Tenho e li dois deles, que estão aliás traduzidos em português e que podes comprar: Roma A Queda do Império de Michael Grant (2009) e O Fim do Império Romano de Adrian Goldsworthy (2010). Mas acredita que há bastantes mais livros sobre a mesma temática (Roma), eu tenho cá algumas dúzias incluindo um, que cito pela curiosidade do título, que se chama The Collapse and Recovery of the Roman Empire (note-se o RECOVERY, ocorrido durante o Século III d.C.), escrito pelo mesmo Michael Grant acima. Sobre a ascensão e queda de impérios, não tendo lido o livro de Peter Turchin que é ali utilizado, também fiz as minhas leituras, a começar pelo venerando The Rise and Fall of Superpowers de Paul Kennedy (1988). Mas o problema não está nos livros. Está em quem os leu – mal. Charles Hugh Smith está a tentar estabelecer uma tendência em mais de 400 anos de evolução da sociedade romana. Ora isso não existe, a não ser que demos umas “marteladas” aos factos para que caibam na nossa tese. Pensemos no nosso caso à distância de quatrocentos anos: que conexão linear é que conseguimos estabelecer com o Portugal filipino de 1615?
ResponderEliminarPois... precisamente por saber que dominas bem o tema é que te propus uma vista de olhos ao link. Fico-te grato pela análise.
ResponderEliminarAinda assim, eu tinha-me fixado apenas na frase "Unlike the selfish elites of the later periods, the aristocracy of the early Republic did not spare its blood or treasure in the service of the common interest" - não tive a pretensão, neste ou noutros casos, de ajuizar a credibilidade ou motivações do autor - e ocorreu-me um possível paralelismo com a nossa classe política pós 25 de Abril e a actual.