26 setembro 2015

VIVA A ARTE E A PROPAGANDA! ABAIXO A VERDADE!

No sítio onde colhi a fotografia acima ela é dada por verídica, mas tenho fundamentadas suspeitas que o não é: há uma falta de tensão nos fotografados (os que se preparam para matar, o que se prepara para morrer e os que vão ser testemunhas da execução) que retira verosimilhança à cena. Mas o que a assassina (à cena e à foto) é a coincidência dos dois guardas-civis espanhóis dispararem à esquerda e ser também o braço esquerdo aquele que o executado alça à beira da morte. São canhotos a mais para uma mesma cena, tornando-se óbvio que alguém a trabalhou, virando-a como num espelho (abaixo a mesma foto na perspectiva que tinha originalmente), para que a atenção de quem a vê, seguindo o sentido tradicional da leitura (da esquerda para a direita) se choque com o sentido dos disparos e nos faça prestar toda a atenção inicial a quem está encostado ao paredão, aquele que se pretende que seja o herói mártir da fotografia. Um paredão, por sinal, virgem de marcas de balas de execuções anteriores... A falta de qualidade de obras como esta não são só determinadas pela falta de jeito de quem as faz mas sobretudo pela falta de exigência de quem as aprecia.

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