16 dezembro 2013

UMA PORCA OU O RESULTADO DOS SEUS DEJECTOS?

Foi Rafael Bordalo Pinheiro que em 1900 descreveu e desenhou a Política como uma porca (acima) e com essa imagem nos ficámos quando se pretende mostrar menosprezo pela actividade. Mas suponho que a política de base, a genuína, que hoje se pratica em Portugal possa ser mais do que isso. Tomemos o exemplo de um jovem deputado socialista, anónimo para a esmagadora maioria dos portugueses e que só escapou a essa condição quando a TVI dele se aproveitou para fazer uma reportagem em 25 de Abril de 2012 demonstrando a ignorância e, deduz-se, a impreparação dos nossos jovens parlamentares. Tivemos assim o deputado Rui Pedro Duarte (abaixo a ficha da sua página da Assembleia da República assinalando a sua condição de politólogo) catapultado para os seus quinze minutos de fama embora, com o seu canhestrismo em evadir-se às perguntas para as quais não sabia evidentemente as respostas, reconheça-se que não propriamente pelos motivos mais nobres.
Súbita e surpreendentemente, descobri o mesmo backbencher regressado a outro momento de fama cerca de um ano e meio depois e ainda na mesma legislatura, agora acusado do pecado da ubiquidade por ter conseguido, há coisa de um ano, ter estado no Parlamento e no Brasil simultaneamente. Mas o melhor é mesmo quando se descobre que a promotora de tal acusação é uma rival sua na corrida para a liderança da secção concelhia do PS por Coimbra cujas eleições tiveram lugar este fim-de-semana, será isso que terá provocado esse assomo de consciência de Cristina Martins, a tal camarada de Rui Pedro Duarte. Mau grado o assomo de civismo (denunciando uma falha de que os jornalistas nunca se aperceberiam não fosse a denúncia), Rui Pedro Duarte venceu as eleições concelhias com um resultado de uma robustez de oitenta e tal por cento, números que não teriam desagrado à ANP de Marcello Caetano, um dos tais nomes que ele ignorava quando da entrevista da TVI. A porca pode servir de metáfora da política mas só apenas a partir de um nível em que ela é acompanhada pela atenção e (consequente) escrutínio da opinião pública; abaixo disso, ao nível concelhio partidário, mesmo distrital, apercebemo-nos nestes pequenos episódios, do quanto a política pode ser uma estrumeira.

2 comentários:

  1. Não era candidata, lamento o vosso engano. Apenas denunciei um crime e uma imoralidade

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  2. Sendo engano, ele não é "nosso", tão somente meu que este blogue é pessoal e eu não pertenço a um qualquer clã de uma concelhia ou distrital de um qualquer partido político.

    Já agora, ser-me-ia útil que, para além de apontar o meu engano, identificasse quem foi o derrotado(a) nas eleições que Rui Pedro Duarte venceu com aquela "robustez marcelística" de oitenta e tal por cento.

    E quanto ao resto, creio que me acompanhará na conclusão que o eleitorado dessa concelhia de Coimbra do PS se esteve maciçamente a cagar para a imoralidade, esqueça lá o crime...

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