Durão Barroso deve estar exultante: sempre é melhor que os irlandeses o detestem do que o considerem apenas um pau-mandado dos interesses alemães. A festa de despedida da troika que eles organizaram – para a qual se parece ter feito questão de não convidar o presidente da Comissão europeia – já se realizou há duas semanas e o seu discurso despeitado de reacção à desfeita há uma; porém ainda hoje a imprensa irlandesa procede a uma cuidadosa análise dos comentários então proferidos por aquela figura de proa da diáspora portuguesa.
«De facto, foram os bancos irlandeses que criaram um grande problema, não apenas à Irlanda, mas também aos outros países da zona euro. Uma desestabilização significativa da zona euro que se deveu ao colapso do sector bancário irlandês e que teve lugar sob a responsabilidade das autoridades nacionais irlandesas e das respectivas entidades de supervisão.»
«Seria errado dar a impressão que a Europa criou o problema à Irlanda e que agora a Europa tem que auxiliar a Irlanda. Na verdade, foi o sector bancário irlandês que se transformou num dos piores problemas mundiais da estabilidade bancária, há que ser honesto acerca disso… O euro não foi o problema (para a) Irlanda, o euro foi a vítima dos problemas criados por algumas práticas, práticas irresponsáveis, do sector financeiro irlandês.»
A uma boa síntese da resposta irlandesa a esta forma de encarar o problema (que nós por cá tão bem conhecemos...) pode ser lida alguns parágrafos adiante do mesmo artigo do jornal centrista Irish Examiner, de onde extraí aliás, as citações acima:
«O euro estava tão mal estruturado que ele próprio acabou por criar os desequilíbrios que afectaram as economias periféricas, sem que houvesse quaisquer possibilidades de correcção ou solução. Enquanto as autoridade deste país (Irlanda), tanto reguladoras como executivas, eram negligentes e incompetentes – e houve quem emitisse alertas – o dinheiro continuou a chegar aos bancos deste país, vindo da Alemanha, da França, do Reino Unido e de outras fontes europeias. Eles também fizeram avaliações erradas mas, mesmo assim, recuperaram integralmente o seu dinheiro, cortesia do contribuinte irlandês, forçado a fazê-lo por pressão do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia.»
«De facto, foram os bancos irlandeses que criaram um grande problema, não apenas à Irlanda, mas também aos outros países da zona euro. Uma desestabilização significativa da zona euro que se deveu ao colapso do sector bancário irlandês e que teve lugar sob a responsabilidade das autoridades nacionais irlandesas e das respectivas entidades de supervisão.»
«Seria errado dar a impressão que a Europa criou o problema à Irlanda e que agora a Europa tem que auxiliar a Irlanda. Na verdade, foi o sector bancário irlandês que se transformou num dos piores problemas mundiais da estabilidade bancária, há que ser honesto acerca disso… O euro não foi o problema (para a) Irlanda, o euro foi a vítima dos problemas criados por algumas práticas, práticas irresponsáveis, do sector financeiro irlandês.»
A uma boa síntese da resposta irlandesa a esta forma de encarar o problema (que nós por cá tão bem conhecemos...) pode ser lida alguns parágrafos adiante do mesmo artigo do jornal centrista Irish Examiner, de onde extraí aliás, as citações acima:
«O euro estava tão mal estruturado que ele próprio acabou por criar os desequilíbrios que afectaram as economias periféricas, sem que houvesse quaisquer possibilidades de correcção ou solução. Enquanto as autoridade deste país (Irlanda), tanto reguladoras como executivas, eram negligentes e incompetentes – e houve quem emitisse alertas – o dinheiro continuou a chegar aos bancos deste país, vindo da Alemanha, da França, do Reino Unido e de outras fontes europeias. Eles também fizeram avaliações erradas mas, mesmo assim, recuperaram integralmente o seu dinheiro, cortesia do contribuinte irlandês, forçado a fazê-lo por pressão do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia.»
Quem disse que não podemos continuar a recolher proveitosos ensinamentos do exemplo irlandês?
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