24 dezembro 2013

O «JINGLE» LUSÓFONO E TRANSATLÂNTICO

Foi num dos anos do princípios da década de 1970 e precisamente nesta quadra de Natal, numa época em que a familiaridade dos portugueses com os vários sotaques brasileiros se ficava apenas pelas canções de Mara Abrantes ou pelos sketchs do Badaró, que a Varig se atreveu a colocar um anúncio na televisão portuguesa musicado por um jingle que fora concebido originalmente em 1967 para o mercado interno. A Varig, que passava então pela companhia de aviação de bandeira do Brasil¹, estaria então no apogeu da sua história e procurava estimular, mas também captar, uma nova dinâmica de viagens por parte da comunidade portuguesa radicada no Brasil que acabara de se tornar possível devido ao transporte aéreo. Uma vinda a Portugal por alturas da quadra natalícia tornava-se então possível para quem já se habituara a passar anos sem vir à terra. Pela sua novidade, o jingle teve impacto² e, mau grado as especificidades linguísticas, os portugueses muito rapidamente perceberam quem era papai noel
¹ Não o era porque havia concorrentes, embora menores, como a Vasp ou a Cruzeiro.
² A versão aqui apresentada não é rigorosamente a original que passou em Portugal, é uma versão brasileira algo posterior, provavelmente de 1974, note-se a alusão no final do anúncio aos novos aviões DC-10, que haviam sido introduzidos pela Varig naquele ano. Mas o jingle é rigorosamente o mesmo.

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