19 dezembro 2013

DIZ-ME O QUE COMEMORAS, DIR-TE-EI…

Nos últimos dois séculos Carlos Magno foi uma figura histórica ambivalente, dividido entre as suas raízes culturais indisputavelmente germânicas e as suas ambições políticas imperiais inequivocamente latinas, aprecie-se uma das suas únicas imagens de época num denário cunhado na cidade alemã de Mogúncia já no final do seu reinado (812/814). Esse carácter híbrido franco-alemão fez dele peça de propaganda tanto de Napoleão Bonaparte para atrair alemães como de Adolf Hitler para atrair franceses, além de figura privilegiada à volta da qual o aparelho de Bruxelas ainda pretenderá(?) promover o ideal europeu.
Em 2014 comemorar-se-ão os 1200 anos da morte de Carlos Magno, ocorrida em 28 de Janeiro de 814 em Aquisgrano (Aachen em alemão e Aix-la-Chapelle em francês), a cidade alemã que o imperador elegeu como capital e que foi por isso escolhida para acolher as iniciativas associadas às comemorações. Simbólica e significativamente as iniciativas alemãs impõem-se e as francesas distinguem-se pela ausência. Os esforços destes últimos para 2014 parecem ter-se deslocado para a comemoração de um outro centenário: o do início da Primeira Guerra Mundial em 1914. É outro género de comemoração: menos ambivalente.

1 comentário:

  1. «Aachen con n no fim» e também com com eme no fim.

    Tem vezes em que os seus lapsos são tão flagrantes e convenientes que me pergunto se o Lavoura não é um "adiantado mental".

    Depois reconsidero quando leio as suas exibições de "coltura". É que, por exemplo, a cidade de Mogúncia que também aparece mencionada no "poste" tem o seu nome em alemão (Mainz) e a sua versão francesa (Mayence). Ora Mogúncia está a mais de 200 km da fronteira com a Bélgica...

    Na verdade, a maioria das urbes alemãs de fundação romana, por causa dos seus nomes originais em latim, costumam ter nomes distintos em alemão e francês, mais ou menos semelhantes consoante os casos.

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