Se a tradição social portuguesa já havia consolidado um ditado popular para definir as prioridades em momentos de crise, – vão-se os anéis, que fiquem os dedos – numa afirmação do primado das pessoas sobre quaisquer outros valores, o primeiro-ministro Passos Coelho e o seu governo podem regozijar-se de ter, pela sua actuação nestes últimos dois anos e meio, inculcado na nossa sociedade a convicção que, para eles, os tempos difíceis, tal como nos descrevem, modificaram isso tudo: o que agora se tornou fundamental é pagar pontualmente os juros, sem refilar, para impressionar favoravelmente os mercados – ou seja, vão-se os dedos, que fiquem os anéis…
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