Nestas ocasiões da celebração da implantação da República, reevocam-se as cenas do costume que culminam com a proclamação da dita em Lisboa e, do lado dos vencidos, com a partida do monarca para o exílio na Ericeira (como na fotografia abaixo). Exílio é uma palavra que nos habituámos a associar a monarcas e também ao respectivo regime. Ora isso nem sempre é verdade e é por isso que aproveitei este pretexto para evocar a história sumária dos dignatários de duas repúblicas que também se viram forçados a partir para o exílio.

Em Junho de 1940, com a derrota francesa e a ocupação da França pela Alemanha que apoiara a facção nacionalista durante a Guerra Civil e apoiava agora o regime franquista, o governo republicano no exílio teve de se mudar para o México, para regressar no fim da Segunda Guerra Mundial a Paris. No total, a república no exílio teve quatro presidentes (um deles interino) e oito chefes de governo durante os seus 38 anos de duração, até se vir finalmente a auto-dissolver em Julho de 1977, perante o sucesso da Transição para a democracia em Espanha.

Recorde-se que, por essa altura, a Polónia estava ocupada tanto pela Alemanha como pela União Soviética. Só depois de Junho de 1941, com a invasão da segunda pela primeira, é que foi possível estabelecer uma aliança circunstancial entre polacos e soviéticos que rapidamente degenerou. Ao contrário dos republicanos espanhóis no exílio, que se apresentavam como a alternativa legal a um estado fascista, os rivais dos republicanos polacos no exílio era um outro governo republicano no exílio, mas comunista e patrocinado pelos soviéticos.
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