03 outubro 2009

O DIETOGENE PARA CLAREAR AS BRUMAS DA MEMÓRIA

Quem é que ainda se lembra do Dietogene™? Como enunciava a publicidade da época – vejam-na abaixo, com a participação de um António Feio ainda tão novinho a estudar aplicadamente a sua lição… – era um produto da Diese, promovido como um alimento tónico do sistema nervoso destinado à obtenção de bons resultados nos exames. Não se atrevendo a fazer a promoção de drageias para a inteligência, a Diese promovia aquilo a que se poderia dar o nome de tonificador da memória. Um tonificador da memória de que hoje, paradoxalmente, já quase ninguém se lembra…
Por ter falado em memória, deparei-me outro dia num blogue que voga entre as brumas da dita com um poste evocativo das primeiras eleições para a Assembleia Constituinte de 1975, incluindo a gravura abaixo e uma tabela com os resultados eleitorais e o número de mandatos ganhos por cada partido. Só que a tabela estava engatada e o comentário que lá deixei corrigindo os erros existentes, ainda hoje, três dias passados e alguns postes entretanto colocados, aguarda aprovação… Parece-me eloquente, e sinto-me livre para corrigir aqui no Herdeiro de Aécio as brumosas calinadas alheias…
Assim, ao contrário do que era referido, naquelas eleições de 1975 o PS recebeu 117 mandatos (e não 116 como é referido), o PPD (e ainda não PSD, o símbolo do partido no quadro acima está desenquadrado no tempo) recebeu 83 mandatos (e não 81) e o CDS 16, em vez dos 6 mencionados. A Assembleia Constituinte tinha 253 deputados (e não 240), incluindo o eleito por Macau, pela ADIM (tão especiosamente referido pela autora do poste) que, por opção própria, apenas participou nos trabalhos referentes à redacção dos artigos da Constituição referentes àquele território.

Mas também creio que as causas para a questão que aqui foi levantada, de pormenor e que nunca teria ocorrido com a simples aprovação de um comentário corrector ao conteúdo de um poste com dados errados, são de carácter e não se corrigiriam com o saudoso Dietogene™…

Adenda: Há ocasiões em que erramos. Pode até haver explicações plausíveis para que o erro tenha acontecido, mas só nos resta admiti-lo. É o caso das causas deste meu poste, e eu tenho que pedir desculpas à autora do poste a que aqui fiz referência, Joana Lopes, porque não houve, ao contrário do que aqui sugeri, qualquer omissão a um comentário meu. Não servirá de desculpa, mas talvez de explicação, o facto de ter confundido em qual dos seus dois postes, quase iguais, de dois blogues diferentes, havia colocado o meu comentário. Acresce a isso que os dois blogues, sendo distintos, têm os nomes de Caminhos da Memória e... Entre as brumas da Memória.

Mas talvez o mais importante deste episódio tenha sido o de me aperceber do peso institucional conferido pelos dados oficiais que estão a ser apresentados pela CNE sobre as eleições de 1975 e o efeito de arrastamento que isso provocou. Está-se a falar de uma questão marginal (mais 3 deputados), mas espero encontrar brevemente melhor documentação da época em que a legitimidade da fonte comprove a distribuição que acima afirmei – e enviá-lo à Joana Lopes, em resposta a um pedido seu. Entretanto prefiro manter o poste na sua redacção original. Talvez como um apelo à minha própria contenção...

3 comentários:

  1. Peço imensa desculpa mas NÃO recebi nenhum comentário seu para aprovação neste blogue.
    Deixou, sim, um comentário num putro blogue, que foi imeditamente publicado e respondido.

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  2. Eu é que tenho de pedir desculpas por ter feito confusão em qual dos seus dois postes é que havia deixado o meu comentário sobre as eleições de 1975. Se por acaso servir de explicação, note-se que os seus dois postes são rigorosamente idênticos e estão afixados em dois blogues, que apesar de serem distintos, se chamam “Caminhos da Memória” e “Entre as brumas da Memória”.

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  3. Tudo bem: mas até lhe pedi nos Caminhos o link para o site onde estão os resultados que indica - porque não o encontrei.

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