
Se, como vimos no
poste anterior, a juventude dos anos 60 e 70 acreditava em
paraísos, mesmo que eles se localizassem na Albânia, a destas duas últimas décadas parece ter perdido não só a capacidade de acreditar em paraísos como a de conceber abstractamente como é que eles poderão ser. Nos
tempos da Albânia (acima) a juventude militava em prol de sociedades absurdas, mas os disparates da juventude actual são concretos e consistem em
furarem-se até as orelhas se transformarem num expositor de uma joalharia ou duma casa de ferragens (abaixo) ou tatuarem-se até se tornar plausível valer a pena serem
emoldurados…

Mais do que da juventude, creio que se trata de uma
tendência geral da nossa sociedade actual, que deixou de cultivar e valorizar
a abstracção. Hoje, o que existe, tem de ser concreto. Num Centro Comercial deparo-me com um barraca de uma organização chamada
A Vida é Bela, que anuncia
vender experiências, que vão desde uma prova de vinhos até um fim-de-semana a dois numa pousada. A ideia em si é boa, não sei se chegará a vingar como negócio, mas o que me deixou surpreendido foi como a
experiência, antes de ser
experimentada, tem de ter uma
existência física através de um espampanante
voucher como o da gravura abaixo…
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