Se bem reparei nas imagens desta manhã, com esta já terá sido a terceira vez que Jerónimo de Sousa vai votar acompanhado dos netos, como tinha acontecido antes nas eleições europeias (vídeo acima) e também há 15 dias, nas eleições legislativas. Parece-me ser mais do que uma coincidência embora a prática não pertença às recomendações canónicas do marxismo-leninismo, que sempre preconizaram a protecção da curiosidade pública e mediática dos familiares próximos dos dirigentes comunistas. Mas, suponho que, perante a análise objectiva da actual situação mediática, os netos parecem ser indispensáveis para o reforço da reputação de bonomia do avô…
Por ter falado nisso, como excepções históricas à regra acima enunciada, os casos mais famosos são de cônjuges dos líderes, como é o caso de Raísa Gorbachova (1932-1999), já na fase final da União Soviética e inspirando-se nos modelos ocidentais concorrentes, Elena Ceauşescu (1916-1989), um embaraçoso caso de megalomania junto da presidência romena e Jiang Qing (1914-1991), numa associação mais política que civil, em que era o cônjuge que ia aos limites do radicalismo onde Mao Zedong não podia ir… Entre os casos com descendentes, o mais conhecido foi muito desconfortável para a causa socialista e assim foi utilizado durante a Guerra-Fria: Svetlana Alliluyeva (abaixo, n. 1926), a filha de Estaline, desertou para o Ocidente em 1967, criticando o regime e pedindo asilo nos Estados Unidos…
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