Yoko Tsuno é o nome da personagem principal que dá o nome às aventuras de uma série de BD concebida e desenhada pelo belga Roger Leloup. Este não é um dos nomes maiores do estrelato – cada vez mais apagado… – da BD franco-belga, mas é (mais) um daqueles autores sólidos que, noutros tempos, tornaram robustas as revistas de BD com histórias em continuação como foram os casos do Tintin, do Pilote ou do Spirou. Yoko Tsuno já tem 40 anos de idade, leva 24 álbuns publicados, mas quase apostaria que, mesmo entre quem conheça de forma razoável a BD franco-belga, o nome desta heroína e do seu autor poder-lhe-á ser desconhecido.
Como o mais conhecido Taka Takata (acima), cujo autor é o seu compatriota Jo-El Azara, Roger Leloup também tem uma fixação por assuntos orientais e daí a criação de uma heroína também japonesa. E, ao contrário de Taka Takata, o infeliz recruta seu compatriota, que está sempre a padecer às mãos do Coronel Rata Hosoja, Yoko Tsuno é uma verdadeira heroína de predicados, na linha James Bond: é engenheira em electrónica, cinturão negro em aikido, mergulhadora, sabe pilotar tanto helicópteros como planadores, nunca se engana e raramente tem dúvidas… Ou seja, se fosse só por ela, as histórias de Yoko Tsuno arriscavam-se a ser todas uma seca...
Além do Oriente, Roger Leloup tem uma outra fixação: a de desenhar e imaginar engenhos, especialmente voadores, que desenha com um grande detalhe e rigor. A ele se deve o avião para executivos Carreidas 160 (acima) que aparece na história do Tintin de 1968, o Voo 714 Para Sidney, que foi concebido quando Leloup ainda trabalhava para Hergé. As histórias de Yoko Tsuno desenhadas por ele, quer elas se passem na Terra, quer fora dela, estão sempre recheadas de aparelhos, recriados ao pormenor no primeiro caso, inventados ao pormenor no segundo, mas com uma verosimilhança tal que nem duvidamos que, se fosse a sério, aquilo funcionaria…
Como o mais conhecido Taka Takata (acima), cujo autor é o seu compatriota Jo-El Azara, Roger Leloup também tem uma fixação por assuntos orientais e daí a criação de uma heroína também japonesa. E, ao contrário de Taka Takata, o infeliz recruta seu compatriota, que está sempre a padecer às mãos do Coronel Rata Hosoja, Yoko Tsuno é uma verdadeira heroína de predicados, na linha James Bond: é engenheira em electrónica, cinturão negro em aikido, mergulhadora, sabe pilotar tanto helicópteros como planadores, nunca se engana e raramente tem dúvidas… Ou seja, se fosse só por ela, as histórias de Yoko Tsuno arriscavam-se a ser todas uma seca...
Além do Oriente, Roger Leloup tem uma outra fixação: a de desenhar e imaginar engenhos, especialmente voadores, que desenha com um grande detalhe e rigor. A ele se deve o avião para executivos Carreidas 160 (acima) que aparece na história do Tintin de 1968, o Voo 714 Para Sidney, que foi concebido quando Leloup ainda trabalhava para Hergé. As histórias de Yoko Tsuno desenhadas por ele, quer elas se passem na Terra, quer fora dela, estão sempre recheadas de aparelhos, recriados ao pormenor no primeiro caso, inventados ao pormenor no segundo, mas com uma verosimilhança tal que nem duvidamos que, se fosse a sério, aquilo funcionaria…
Como se adivinha, o ponto menos bom das histórias de Yoko Tsuno são os seus argumentos. Uma história com uma heroína inspirada em James Bond pediria uns maus inequívoca e irrecuperavelmente maus. Mas nas histórias de Yoko Tsuno não é assim. Além da heroína agir segundo um conceito tão rígido de honra pessoal que, para os leitores mais maduros, a personagem torna-se inverosímil, são frequentes as ocasiões em que ela aparece a ter conversas civilizadas com os maus, sem que o autor consiga transmitir sequer tensão aos diálogos, e muito menos, para que haja ocasiões em que Yoko dê mostras das suas habilidades com o aikido…
Todavia, há uma das suas histórias extraterrestres (mais acima - Os Três Sóis de Vinéa), que possui um momento interessantíssimo, mesmo que ele apareça enquadrado num enredo vulgar de ficção científica: um planeta que é regido por um enorme dispositivo automático que foi instalado por um povo sábio que vivera outrora naquele planeta. A investigação levada a cabo por Yoko para chegar ao contacto com o cérebro por detrás daquele dispositivo tão organizado leva-a a descobrir que há muito o dono do cérebro estava morto (abaixo); o que estava a controlar o planeta era apenas o efeito de ressonância do amplificador cerebral (clicar acima)...
Confesso que é uma das melhores metáforas de certos fenómenos que se observam por aí...
Como diria Mark Twain, parece-me que se trata duma conclusão manifestamente exagerada...
ResponderEliminarApesar da controvérsia quanto à idade precisa que Mark Twain teria quando pronunciou essas palavras que cita, JRD, fica-nos a certeza como o escritor ainda se mantinha espirituosamente arguto quando as pronunciou.
ResponderEliminarDeverei então supor que é de opinião que se pode atribuir aquelas mesmas características a Jerónimo de Sousa e ao “núcleo duro”, mas mesmo duro (e em vias de reeleição), do Comité Central do PCP?
Não sei, não me preocupo em avaliar essas características da personagem visada no post, apenas presumo que ela suficientemente hábil para comandar a máquina em vez de se deixar comandar por ela.
ResponderEliminarPor outro lado, argutos com Mark Twain haverá poucos.
A propósito, porque nem sempre sigo o pensamento do escritor, quando ele diz que a boa educação é esconder o bem que pensamos de nós mesmos e o menos bem que pensamos dos outros, «et pour cause», escolho os meus alvos de acordo com os meus próprios critérios e as circunstâncias do momento.
Passe o atrevimento, creio que nesse aspecto estamos sintonizados, os alvos é que podem ser por vezes diferentes.
JRD, fracasso o meu se não se compreende da leitura do poste que a personagem visada no esqueleto do ultimo desenho é uma alusão a V.I. Lenin.
ResponderEliminarAliás, compare-se o desenho com a sua múmia, devidamente preservada:
http://mentalfloss.cachefly.net/wp-content/uploads/2007/09/lenin-corpse.jpg
Fracasso o seu porquê? Quanto muito será meu, que não tive a argúcia (!) necessária para fazer a extrapolação.
ResponderEliminarDe qualquer dos modos acho que tudo o que aqui dissemos não está fora do contexto.
A latere,sempre lhe digo que jamais conseguiria imaginar o mausoleu naquele "boneco".