OS PUTOS DOS BIMBOS SEM CÔDEA

Fará um par de anos, havia um anúncio de promoção a um pão Bimbo que não tinha côdea e em que aparecia uma criança irritantérrima que ia recusando sucessivamente e com pretextos vários, a que juntava uns modos execráveis, as sandes que lhe iam servindo, até que se chegava a uma sandes feita com o tal pão Bimbo sem côdea, para a qual a criança irritante não conseguia arranjar qualquer defeito.

Passando ao lado de nos questionarmos sobre a eficácia daquela mensagem publicitária, aquela criancinha e o seu Bimbo sem côdea funcionam como uma perfeita metáfora do que se está a passar com os professores e o sistema de avaliação. Com a particularidade de, neste caso, a criancinha há muito estar habituada ao Bimbo sem côdea – isto é, a um regime de avaliação que os torna a todos excelentes – e não querer mudar de dieta.
Pude ler em caixas de comentários da blogosfera variadíssimos estilos e abordagens para objectar que o sistema de avaliação existente possa ser implementado, desde aqueles redigidos de forma mais moderada aos de conteúdo mais grosseiro e radical, mas parece-me que o denominador comum a todos eles é que, de forma provisória ou definitiva, todos são de opinião que aquele que existe não deve ser implementado.

Seriam opiniões a tomar em conta não ficasse a impressão esmagadora que a argumentação foi elaborada depois da conclusão. E a melhor maneira de desmascarar isso é a de pedir a quem assim se expressa que adiante outros sistemas de avaliação selectivos em alternativa ao que contestam. Aí, quem tão assertivamente se expressava, como o fazia o puto do Bimbo sem côdea, torna-se agora estranhamente vago, como se vê com o puto no filme abaixo…

Adenda: Se eu insiro aqui um vídeo figurativo, há quem insira no seu blogue um vídeo a sério, com professores tentando explicar qual é o seu conceito de avaliação. Obrigado, Daniel Oliveira! Mesmo que suspeite que é involuntário, sempre está a fazer serviço público...