Este blogue completa hoje três anos de idade. E ter três anos de idade também ééé, como diria José Sócrates naquela sua forma identificativa de arrastar os verbos quando os pronuncia, ibero-americano. Não no sentido original da expressão que conhecíamos, mas naquele novo sentido criado recentemente pelo nosso Primeiro-Ministro, depois da apresentação que ele fez do computador Magalhães, o primeiro grande computador ibero-americano, não há um computador mais ibero-americano que este…
E porque é que não há idade mais ibero-americana que a dos três anos? Porque é a idade em que parece ter despontado toda a genialidade precoce na criança que veio a assumir 45 anos depois os destinos de Portugal. Numa entrevista recente ao DN (já adulto), José Sócrates afirma, logo ao princípio: (...) Eu sou, digamos assim, da geração Kennedy. Essa eleição representou já um momento histórico. Lembro-me do debate que houve na América quando, pela primeira vez, um católico se candidatou a presidente.*
Aquela é a parte mais ibero-americana da entrevista, aliás não há trecho mais ibero-americano do que aquele em todas as entrevistas que até hoje li de José Sócrates: é que, se em 6 de Setembro de 1960 José Sócrates tinha festejado os três anos de idade, foi logo em 26 de Setembro de 1960 que o primeiro debate televisivo entre Kennedy-Nixon teve lugar, aquele que é hoje considerado o mais famoso debate televisivo de sempre, que veio a tornar-se decisivo para as cerradíssimas eleições presidenciais que se realizaram a 8 de Novembro de 1960, tinha então José Sócrates 3 anos e 2 meses.
E, como Sócrates costuma pedir nas entrevistas, deixem-me dizer-vos mais uma coisa: não deve haver nada de mais ibero-americano do que nos apercebermos como temos o privilégio de sermos governados por quem foi, indiscutivelmente, uma criança assim tão prodigiosa... É que eu já havia pensado em aproveitar esta efeméride do terceiro aniversário do blogue para contar aquela que suponho será a minha recordação mais antiga, precisamente uma associada à festa do aniversário dos meus três anos, mas tremo só de pensar com a comparação que os leitores possam fazer:
Não me lembro das prendas, nem do bolo, nem dos convidados, apenas do episódio da filha da nossa mulher-a-dias, a Maria Emília – que teria talvez o triplo da minha idade – e que – talvez deslumbrada com tanta tecnologia – conseguiu rebentar com o tampo da sanita da casa de banho, deixando as estilhas de plástico espalhadas pelo chão, para além da enorme descompostura que ela recebeu da mãe, embaraçadíssima. Com vêem, foi só isto, e peço-vos desculpa por nem sequer me ter ocorrido alguma reflexão sobre a solução para o problema colonial português que então despontava…
Deve ser por falta de memórias mais ibero-americanas que hoje não sou Primeiro-Ministro de Portugal nem sequer aspirante oculto a Presidente do PSD. Nem sequer sou dono, ou aspirante a dono, de um Magalhães, o mais ibero-americano dos computadores, e ferramenta indispensável dos assessores de José Sócrates. Sou apenas o autor de um blogue que hoje completa três anos e que, ao contrário de alguns blogues ibero-americanos que por aí existem, não se presta a suscitar duvidas que é completamente escrito por quem o assina…
* Desculpem esta pequena nota interrompendo a ironia do resto do poste, mas convém assinalar o que parece ser a ignorância crassa tanto de José Sócrates como dos membros da equipa que o preparam para estas entrevistas: é que o primeiro candidato católico a concorrer à presidência dos Estados Unidos foi Alfred (Al) Smith, o candidato democrático derrotado nas eleições de 1928 e não John Kennedy, como Sócrates refere na entrevista.
E porque é que não há idade mais ibero-americana que a dos três anos? Porque é a idade em que parece ter despontado toda a genialidade precoce na criança que veio a assumir 45 anos depois os destinos de Portugal. Numa entrevista recente ao DN (já adulto), José Sócrates afirma, logo ao princípio: (...) Eu sou, digamos assim, da geração Kennedy. Essa eleição representou já um momento histórico. Lembro-me do debate que houve na América quando, pela primeira vez, um católico se candidatou a presidente.*
Aquela é a parte mais ibero-americana da entrevista, aliás não há trecho mais ibero-americano do que aquele em todas as entrevistas que até hoje li de José Sócrates: é que, se em 6 de Setembro de 1960 José Sócrates tinha festejado os três anos de idade, foi logo em 26 de Setembro de 1960 que o primeiro debate televisivo entre Kennedy-Nixon teve lugar, aquele que é hoje considerado o mais famoso debate televisivo de sempre, que veio a tornar-se decisivo para as cerradíssimas eleições presidenciais que se realizaram a 8 de Novembro de 1960, tinha então José Sócrates 3 anos e 2 meses.
E, como Sócrates costuma pedir nas entrevistas, deixem-me dizer-vos mais uma coisa: não deve haver nada de mais ibero-americano do que nos apercebermos como temos o privilégio de sermos governados por quem foi, indiscutivelmente, uma criança assim tão prodigiosa... É que eu já havia pensado em aproveitar esta efeméride do terceiro aniversário do blogue para contar aquela que suponho será a minha recordação mais antiga, precisamente uma associada à festa do aniversário dos meus três anos, mas tremo só de pensar com a comparação que os leitores possam fazer:
Não me lembro das prendas, nem do bolo, nem dos convidados, apenas do episódio da filha da nossa mulher-a-dias, a Maria Emília – que teria talvez o triplo da minha idade – e que – talvez deslumbrada com tanta tecnologia – conseguiu rebentar com o tampo da sanita da casa de banho, deixando as estilhas de plástico espalhadas pelo chão, para além da enorme descompostura que ela recebeu da mãe, embaraçadíssima. Com vêem, foi só isto, e peço-vos desculpa por nem sequer me ter ocorrido alguma reflexão sobre a solução para o problema colonial português que então despontava…
Deve ser por falta de memórias mais ibero-americanas que hoje não sou Primeiro-Ministro de Portugal nem sequer aspirante oculto a Presidente do PSD. Nem sequer sou dono, ou aspirante a dono, de um Magalhães, o mais ibero-americano dos computadores, e ferramenta indispensável dos assessores de José Sócrates. Sou apenas o autor de um blogue que hoje completa três anos e que, ao contrário de alguns blogues ibero-americanos que por aí existem, não se presta a suscitar duvidas que é completamente escrito por quem o assina…
* Desculpem esta pequena nota interrompendo a ironia do resto do poste, mas convém assinalar o que parece ser a ignorância crassa tanto de José Sócrates como dos membros da equipa que o preparam para estas entrevistas: é que o primeiro candidato católico a concorrer à presidência dos Estados Unidos foi Alfred (Al) Smith, o candidato democrático derrotado nas eleições de 1928 e não John Kennedy, como Sócrates refere na entrevista.
A ironia, digo melhor, a fina ironia é uma forma superior de inteligência.
ResponderEliminarParabéns por ela e por ele, o blogue.
Não devo ser de certeza o primeiro não católico a visitá-lo. Heresia, uma vez que sou baptizado. Retiro o não católico e substituo por oficiosamente católico não praticante nem disposto a praticar. Por outro lado já tenho mais de três aninhos e já sei o que leio. Por isso hoje não só vim ler o post como felicitá-lo pelos 3 anos de blog. Continue, porque apesar de nem sempre concordar consigo isso não tem importância nenhuma. Um abraço. (Deste que é efectivamente o autor de tudo o que assina mesmo quando não assina com o nome próprio)
ResponderEliminarComo vem sendo habitual um post
ResponderEliminarcom "pinta"um bom"ensaio"com
transformação,rugbysticamente
falando.Parabens pelo blogue e
continue por múltiplos de três.
P.Santiago
Parabéns pelo blogue. Que continue por mais anos.
ResponderEliminarUm abraço de parabéns, caro António.
ResponderEliminarE venham mais três, para começar...
Excelente texto num excelente blogue. Parabéns! Esperamos pelos próximos 3 anos.
ResponderEliminarBem que lhe hei-de dizer mais?
ResponderEliminarGosto muyito de aqui vir.
Parabéns pelo blog
Jorram aqui coisas que me agradam muito: ironia, conhecimento, inteligência...ironia.. ironia finérrima!
Mais parabéns!
:))
Os meus agradecimentos mais genuínos (i.e., não ibero-americanos...) aos cumprimentos e às palavras de encorajamento do JRD, do Predatado, do Paulo Santiago, do Carlos Alberto, do Torquato, da Sofia e da Maria do Sol.
ResponderEliminar(depois de relido, peço desculpa aos nomeados, porque o que escrevi até faz lembrar os beijinhos no genérico final da Floribela...)
Mas é sempre bom nomear assim tanta gente!
Tendo sido visita regular deste blog (através do link de Lágrima de dor), habituei-me a utilizar alguns posts como se fôsse o Time Out de economia, geografia e história de várias realidades, de acordo com a necessidade da minha ignorância. Agora que sei quem é que está por trás disto tudo venho apenas reconfirmar a genialidade de alguém que conheço há quase 30 anos e que, aparentemente adormecido para o mundo não se resigna a exibir a sua genialidade, capacidade analítica e limpeza de pensamento.São dois anos de avanço em relação á minha adesão á febre dos blogs, mas também, era comum ganhares-me em corridas de fundo. Depois de toda esta retórica folclórica desejo-te as maiores felicidades nesta nova dimensão de expressão, aconselhando-te vivamente a recusar qualquer trasplante de medula proveniente da área do actual governo. 1 abraço
ResponderEliminarARTUR (com maiúsculas porque me apetece)
A.Teixeira:
ResponderEliminarparabéns ao blog.
Que conte pelo menos mais 3 anos...
:-):-)
Quanto ao personagem que é primeiro ministro,nem 3 meses, quanto mais 3 anos...
Dissidente-x
Parabéns pelo Blog, é uma fonte de conhecimento e inspiração.
ResponderEliminarE tem algo que eu aprecio muito, desmistifica os ídolos (ou os traidores).
Parabéns pelo blog. Uma coisa que gosto muito: a ironia com que escreve. Mais uma vez, parabéns, e que venham muitos mais (posts)...
ResponderEliminarCreio que o ARTUR maiúsculo, o Dissidente, o João Moutinho e a Clara terão lido os comentários anteriores e serão indulgentes para esta forma de eu lhes agradecer os seus, por muito que ela faça lembrar os tais beijinhos da Floribela.
ResponderEliminarPermitam-me um pequeno aparte dedicado à "retórica folclórica" do ARTUR.
ResponderEliminarÉ que por um lado é de um exagero extremo "reconfirmando a minha genialidade", por outro é um "forreta", pretendendo conhecer-me "há quase 30 anos"...
São mais de 35, pá! - ´Tás Velho!
Parabéns!
ResponderEliminarNão é por te conhecer, mas acho que tens um dos melhores blogs actualmente existentes!
Um abraço
Obrigado João, tanto por este comentário como sobretudo pela simpática recomendação que fizeste no teu Fumaças.
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