Ao ler o título principal da capa da edição desta semana da revista The Economist (mais abaixo), que, de alguma forma, transpus como título para este poste, lembrei-me do livro After Victory da autoria de G. John Ikenberry (Priceton University Press – 2001). Trata-se de um livro sobre relações internacionais muito interessante, não apenas pela tese do autor, mas sobretudo pela questão central que levanta: o que é que os estados que vencem guerras fazem com o poder que adquiriram através da vitória e como é que o usam para a construção de uma nova ordem internacional que lhes seja mais conveniente?
Nada mais evidente para concluir como, da pergunta e na opinião do autor, a vitória militar é apenas um meio e que o verdadeiro fim da potência vencedora deve ser o de construir um modus vivendi internacional que lhe seja mais favorável do que a situação precedente à da guerra. E, usando os exemplos das grandes transformações que se registaram no fim das Guerras Napoleónicas (1815), da Primeira (1919) e Segunda Guerras Mundiais (1945), ele pretende demonstrar o sucesso das soluções moderadas em detrimento das radicais (a de Versailles de 1919). Estava-se ainda em 2001 e o livro também podia ser lido como uma sugestão do autor quanto ao modelo que os Estados Unidos pretenderiam impor ao Mundo, como vencedores da Guerra-Fria...
Embora a tese de Ikenberry (na imagem acima) tenha os seus aspectos discutíveis (em mais do que um aspecto, as suas opiniões parecem estar no extremo ideológico diametralmente oposto às dos neo-conservadores), as ideias nela contidas podem ser directamente transpostas, à escala regional, para o caso de Israel e dos seus vizinhos árabes. E, como que corroborando essa tese e aproveitando a efeméride dos 40 anos da Guerra dos Seis Dias de 1967, a The Economist (abaixo) publica vários textos a respeito da história do conflito israelo-árabe, onde os autores se mostram críticos severos quanto às capacidades israelitas para terem aproveitado os períodos After Victory.
Este pode ser um daqueles casos em que parece ser mais importante a figura de quem opina (bem como o seu tradicional posicionamento ideológico liberal) do que o próprio conteúdo das opiniões transmitidas pelos artigos. Mas, por muito severas que sejam as críticas contidas na revista ao percurso negocial do Estado de Israel, é difícil não aceitar a boa fundamentação da maioria delas. Mesmo as afinidades ideológicas e civilizacionais não podem esconder a objectividade de quão pouco a fragilidade da situação estratégica global de Israel evoluiu entre as ameaças que precederam os acontecimentos de Junho de 1967 e a situação que se vive em Maio de 2007.
Embora a tese de Ikenberry (na imagem acima) tenha os seus aspectos discutíveis (em mais do que um aspecto, as suas opiniões parecem estar no extremo ideológico diametralmente oposto às dos neo-conservadores), as ideias nela contidas podem ser directamente transpostas, à escala regional, para o caso de Israel e dos seus vizinhos árabes. E, como que corroborando essa tese e aproveitando a efeméride dos 40 anos da Guerra dos Seis Dias de 1967, a The Economist (abaixo) publica vários textos a respeito da história do conflito israelo-árabe, onde os autores se mostram críticos severos quanto às capacidades israelitas para terem aproveitado os períodos After Victory.
Este pode ser um daqueles casos em que parece ser mais importante a figura de quem opina (bem como o seu tradicional posicionamento ideológico liberal) do que o próprio conteúdo das opiniões transmitidas pelos artigos. Mas, por muito severas que sejam as críticas contidas na revista ao percurso negocial do Estado de Israel, é difícil não aceitar a boa fundamentação da maioria delas. Mesmo as afinidades ideológicas e civilizacionais não podem esconder a objectividade de quão pouco a fragilidade da situação estratégica global de Israel evoluiu entre as ameaças que precederam os acontecimentos de Junho de 1967 e a situação que se vive em Maio de 2007.
Sem comentários:
Enviar um comentário