Já há muito que se tornou frequente recorrer às obras de grandes mestres da estratégia do passado para as adaptar para a realidade empresarial. Mas o critério de adaptação parece ter-se baseado mais na notoriedade do autor enquanto estratega do que na aplicabilidade dos seus ensinamentos. Um exemplo muito concreto é o de Sun Tzu, autor chinês do Século VI a.C. Muito sinteticamente, a essência dos seus ensinamentos apontam normalmente para abordagens indirectas e soluções discretas para os problemas. Enfim, para gestores que tendam a cultivar o low profile*.
O paradoxo é que, no Ocidente em geral por razões culturais, ampliados em Portugal por razões específicas (a maioria dos gestores das grandes empresas são nomeados pelo governo, normalmente por critérios políticos), há a tendência para apreciar os gestores não só pelos resultados, mas também pela publicidade dada aos problemas que resolveram, sem reconhecimento pelos problemas que se evitaram que acontecessem. Apreender os ensinamentos daquele estratega é extremamente útil para tornar os gestores muito mais eficazes, mas pode não os ajudar muito a progredir na carreira…
Afinal trata-se apenas daquilo que qualquer guarda-redes descobre intuitivamente quando joga perante assistência. Quando se descobre com um opositor isolado à sua frente com a bola, o factor essencial para a defesa é a rapidez com que se avança e o percurso que se escolhe para intimidar e condicionar o remate do adversário que avança contra si. Mais do que uma boa defesa, procura-se provocar um péssimo remate… – e é essa a essência da abordagem indirecta! Mas toda a gente sabe que os aplausos, a fotografia e os comentários elogiosos – uma defesa por instinto!... – só aparecem depois…
É difícil explicar Sun Tzu a toda a assistência do estádio, mas convém ao bom gestor ambicioso, que queira aplicar os seus ensinamentos, oferecer um livro do mestre ao chefe. Ah, e mais importante, certificar-se que o chefe o leu e percebeu para poder apreciar quão valiosas podem ser a aparente discrição e inacção do seu subordinado…
* discrição
Afinal trata-se apenas daquilo que qualquer guarda-redes descobre intuitivamente quando joga perante assistência. Quando se descobre com um opositor isolado à sua frente com a bola, o factor essencial para a defesa é a rapidez com que se avança e o percurso que se escolhe para intimidar e condicionar o remate do adversário que avança contra si. Mais do que uma boa defesa, procura-se provocar um péssimo remate… – e é essa a essência da abordagem indirecta! Mas toda a gente sabe que os aplausos, a fotografia e os comentários elogiosos – uma defesa por instinto!... – só aparecem depois…
É difícil explicar Sun Tzu a toda a assistência do estádio, mas convém ao bom gestor ambicioso, que queira aplicar os seus ensinamentos, oferecer um livro do mestre ao chefe. Ah, e mais importante, certificar-se que o chefe o leu e percebeu para poder apreciar quão valiosas podem ser a aparente discrição e inacção do seu subordinado…
* discrição
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