Por anos a fio, e até hoje em alguns casos (a União Europeia é um deles), a obstinação grega obrigou que uma das antigas unidades da federação jugoslava fosse designada pelo acrónimo bizarro de FYROM, que corresponde, em inglês, a Former Yugoslav Republic Of Macedonia (Antiga República Jugoslava Da Macedónia). A objecção grega está associada ao que os gregos consideram a sua posse histórica do nome de Macedónia, desde a Antiguidade e do reino de Filipe e Alexandre. Aliás, imediatamente ao Sul da república que se separou da federação jugoslava, existem três distritos gregos usando esse nome: a Macedónia Central, a Macedónia Ocidental e a Macedónia Oriental e Trácia.
O ministro dos negócios estrangeiros grego, quando enviado a Portugal no princípio do diferendo (1992) para nos conquistar para a sua causa, arranjou uma analogia bastante imbecil, envolvendo-nos com uma Espanha a decompor-se, numa demonstração que o trabalho dos membros da sua Embaixada em Lisboa tinha uma grande margem de progressão… A analogia envolvia a independência da província espanhola da Extremadura e do incómodo que isso nos causaria por causa da semelhança do nome desse país hipotético com a nossa província da Estremadura, que nem sequer lhe fica contígua… E, contudo, com o mesmo uso do hipotético teria sido bem simples e eficaz sensibilizar-nos: se a Andaluzia se separasse de Espanha e adoptasse o nome histórico de Algarve, como nos sentiríamos?...
O ministro dos negócios estrangeiros grego, quando enviado a Portugal no princípio do diferendo (1992) para nos conquistar para a sua causa, arranjou uma analogia bastante imbecil, envolvendo-nos com uma Espanha a decompor-se, numa demonstração que o trabalho dos membros da sua Embaixada em Lisboa tinha uma grande margem de progressão… A analogia envolvia a independência da província espanhola da Extremadura e do incómodo que isso nos causaria por causa da semelhança do nome desse país hipotético com a nossa província da Estremadura, que nem sequer lhe fica contígua… E, contudo, com o mesmo uso do hipotético teria sido bem simples e eficaz sensibilizar-nos: se a Andaluzia se separasse de Espanha e adoptasse o nome histórico de Algarve, como nos sentiríamos?...

A argumentação que sustenta a existência de um idioma macedónio autónomo é peça importante para a afirmação da existência de uma nacionalidade macedónia. Todos os idiomas eslavos dos Balcãs se assemelham e as várias formas faladas que se empregam na Macedónia tanto se distinguem entre si como das variantes empregues nas regiões adjacentes dos vizinhos da Sérvia e da Bulgária. Mas as referências usadas no macedónio literário aproximam-no daquelas que caracterizam o búlgaro, embora privilegiem os padrões do búlgaro empregue nas regiões ocidentais da Bulgária, enquanto o próprio búlgaro literário o faz com os padrões da Bulgária oriental, onde se situa Sófia, a capital.
A maioria dos macedónios são cristãos ortodoxos, organizados numa Igreja Ortodoxa Macedónia autónoma que foi recriada (ou criada, conforme as versões…) em 1958. Pôde-se notar o apoio discreto do governo federal jugoslavo na sua fundação e a Igreja Macedónia ainda hoje é proscrita na comunidade das Igrejas Ortodoxas. Existe uma minoria muçulmana, embora haja uma enorme certa complexidade em classificá-la: há os que são de cultura albanesa, outros são classificados como bósnios ou mesmo turcos e há ainda a categoria dos muçulmanos de cultura macedónia. Num exemplo flagrante como os resultados dos censos podem ser trabalhados, o último grupo cresceu de 1.600 pessoas no recenseamento de 1953 para 39.500 no de 1981…

Mas toda a beleza maquiavélica da criação da Macedónia assentava no pressuposto que ela continuaria a ser uma das unidades constitutivas de uma federação… Agora que se tornou independente, isolada do mar e rodeada de vizinhos hostis (Albânia, Sérvia, Bulgária e Grécia), a Macedónia é um verdadeiro problema político em potencial para a União Europeia, mais um par de botas balcânico, tipificado naquela proibição formal do país usar o seu próprio nome e na manutenção, ainda hoje, de um Quartel-General da NATO em Skopje, capital da Macedónia, não venha a acontecer qualquer coisa de inesperado…
Sem comentários:
Enviar um comentário